Quando a Igreja atingiu o ápice do poder temporal, na Idade Média, Deus quis suscitar no início do século XIII as ordens mendicantes. Nasceu no Papa Inocêncio III, o projeto de suscitar uma nova forma de pregação, mais próxima do povo e mais bem preparada na defesa da fé.
Sonhou com homens de muita fé, inspirados no ideal evangélico, desprendido dos bens deste mundo, capazes de dirigir-se aos humildes com as mãos abertas para lhes dizer outra vez palavras de amor e de verdade. E a Providência iria responder a esse apelo, porque no momento em que Inocêncio escrevia a sua bula profética, começavam a surgir no núcleo mais vivo da comunidade cristã aqueles a quem caberia levedar mais uma vez a massa cristã numa encruzilhada decisiva da história: as Ordens mendicantes. O aparecimento destas Ordens foi o acontecimento mais notável da vida íntima da Igreja da época. O imensa êxito que os mendicantes alcançaram prova que eles corresponderam às expectativas do tempo.
As vocações afluiram torrencialmente:
Vários métodos de organização dos mendicantes foram imitados pelas antigas ordens, e o exemplo dos mendicantes arrastou para as Universidades, Ordens antigas, como os beneditinos de Cluncy e os cistercienses.
O clero secular tornou-se mais fiel às suas obrigações sacerdotais, e toda a vida, monástica, estimulada pelo surto das Ordes Franciscana e Dominicana, enriqueceu-se na primeira metade do século XIII com uma verdadeira floração de novas congregações.
O ideal de pobreza que abraçaram exerceu enorme influência na sociedade e na Igreja pondo freio ao desenvolvimento desmedido da civilização materialista, e a Igreja do Século XIII foi por eles admoestada a não se preocupar com questões temporais a ponto de esquecer a sua missão divina.
A sua ação teve também resultados no domínio da concórdia especialmente quando no ano 1233 os dominicanos e os franciscanos se espalharam por toda a parte num esforço extraordinário, que foi assinalado por espetaculares reconciliações entre famílias, clãs e até entre cidade. Deste movimento resultaram "associações de paz", confundidas muitas vezes com as duas Ordens terceiras, por meio das quais elas mantinham a sua ação a sociedade.
Desenvolveram grande abertura para os leigos e pessoas casadas, proporcionado-lhes vida regular de oração, penitência e caridade, através das ordens terceiras.
Não foram poucos os confessores e conselheiros dos reis e de suas famílias. Os seus conventos não se situavam nas regiões clunicense nem nos pântanos solitários de Cister, mas nas cidades, e se tornaram centros de vida intelectual, espiritual e até política.
Foi também a eles que a Igreja recorreu quando teve de defender-se contra as heresias. Serão também os Mendicantes que veremos liderar um grande movimento missionário que se lançará entre os infiéis, procurando ganha-los para Cristo pelo amor.
Há ainda um último ponto em que a ação dos Mendicantes se mostrou decisiva: na ordem intelectual. Num momento em que se produzia uma grande fermentação dos espíritos, elas encontravam-se especialmente preparadas para assumir e orientar as curiosidades dos seus contemporâneos. Assim, em última análise, as ordens mendicantes dera à "reforma" do século XIII uma eficaz originalidade. O retorno ao Evangelho, que eles pregavam foi a sua característica em todos os domínios, tanto canônico, como na vida social e mesmo nas formas de devoção. Graças a eles, as indispensáveis transformações não se realizaram fora da Igreja, nem contra ela, as no seu seio.
Praticamente todo os Papas do século XIII manifestavam a maior simpatia pelas ordem mendicantes, que constituíram uma milícia devotada ao Papa, uma organização de propaganda maravilhosamente ativa em difundir o seu pensamento, e um corpo de diplomata para as missões difíceis ou perigosas.
Não foi apenas no plano da reforma moral e nas suas lutas temporais que os Mendicantes ajudaram. Eles foram também os instrumentos de uma nova concepção da Igreja e do seu papel, mais universalista, mais adaptado a uma sociedade ampliada: a igreja das missões.
As Ordens Religiosas Contra – Reformistas
Após reforma protestante, onde a Igreja e o Papa foram profundamente atacados. Deus suscitou as chamadas ordens contra – reformista, caracterizadas por uma humilde e incondicional obediência ao Papa e fortalecimento da formação do clero, Santo Inácio) e as carmelitas reformadas ( oração em favor da Igreja e busca da perfeição cristã, Santa Tereza).
As Congregações Religiosas
Floresceram ao longo dos séculos muitas outras expressões de vida religiosa, nas quais inúmeras pessoas, renunciando ao mundo, se consagraram a Deus, através do profissão pública dos conselhos evangélicos segundo um carisma específico e numa forma estável de vida comum, para um serviço apostólico pluriforme ao Povo de Deus. Temos assim, as Congregações Religiosas masculinas e femininas, e geral, dedicadas à atividade apostólica e missionária e às múltiplas obras que a caridade cristã suscitou.
É um testemunho esplêndido e variado, onde se reflete s multiplicidade dos dons dispensados por Deus aos fundadores e fundadoras que, abertos à ação do Espirito Santo, souberam interpretar os sinais os tempos e responder de forma esclarecida, às exigências que iam aparecendo.
Podemos citar as irmãs da caridade de São Vicente de Paulo (obra de caridade), Irmãos Maristas e Irmãs Dorotéias (educação), Irmãs Paulinas (comunicação), Salesianos (educação da juventude), Mercedários (penitenciárias) Franciscanas Hospitaleiras (doentes), Missionários do Sagrado Coração (missão), etc.