Convido você a vir comigo para fazermos juntos, unidos à Santa Igreja, memória de um dos magníficos episódios da missão de Jesus, o Shalom do Pai entre nós. Trata-se da Solenidade de sua Ascenção, sua subida aos céus.
Essa celebração acontece 40 dias após a Solenidade da Páscoa, onde o Salvador, depois de ser crucificado, humilhado e desprezado pelos homens, impacta seus discípulos com o choque da sua Ressurreição.
Quando Jesus, o Esposo da Igreja, sobe aos céus, completa a sua missão terrena. Torna-se, então, o mediador absoluto entre Deus e os homens. Essa Sua subida não deve ser compreendida jamais como separação. Esse evento, ao contrário, deve ser como uma espécie de “GPS da graça”, que nos mostra de forma segura o caminho que nos leva ao céu. Os discípulos sentiram muito a partida iminente de Jesus, tanto que um deles disse: “Não vá, Jesus, fique conosco”. Jesus, então, explica que não pode ficar aqui, pois se não for, o Paraclito não virá (cf. Jo 16,7).
Leia, observando e mergulhando com atenção nessa bela resposta de Jesus:
“Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: ‘Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele’” (Jo 3,13-17).
Olhos voltados para o céu
Como podemos ver, essa celebração deve reacender dentro de nós o desejo do Céu. Cada fiel deve fazer uma profunda autoanálise, um exame de consciência sincero, não para mergulhar num espírito de autocondenação, mas para que seus olhos foquem-se no que é essencial. Quando rezamos a oração do Creio, lembramos a Ascensão, reafirmamos nossa fé de que Jesus está conosco.
A Ascenção, assim, deve despertar em nós a esperança, a alegria e um júbilo semelhante ao dos que retornam seguros para casa, depois de percorrerem lugares estranhos e cansativos. Essa é a alegria dos santos, dos mártires e de toda alma esposa de Deus, fiel a Jesus, o Shalom do Pai entre nós. Abra seu coração e mergulhe nesse dom. Termine sua leitura unindo-se à alegria do Salmista:
“Que alegria, quando ouvi que me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor! E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas. Jerusalém, cidade bem edificada num conjunto harmonioso; para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi. Rogai que viva em paz Jerusalém, e em segurança os que te amam! Que a paz habite dentro de teus muros, tranquilidade em teus palácios! Por amor a meus irmãos e meus amigos, peço: ‘A paz esteja em ti!’ pelo amor que tenho à casa do Senhor, eu te desejo todo bem!” (Sl 121).