Em missa votiva ao Sagrado Coração de Jesus, realizada hoje (06) durante a Assembleia Geral do Shalom, em Fortaleza, padre Almeida Neto ensina que viver a novidade do Evangelho é viver a pobreza de Cristo. O sacerdote, que é missionário da Comunidade de Vida, tomou como fundamentos, na homilia, o Evangelho do dia, o Sermão das Bem-aventuranças de São Leão Magno e o Escrito Pobreza, um dos textos basilares da espiritualidade Shalom.
“Vou me deter na parábola do Evangelho que fala sobre o ‘novo’. O Escrito Pobreza diz: ‘o novo que Deus quer realizar em nós é um novo baseado na pobreza’. E ser pobre é ‘estar nas mãos de Deus’. Assim, viver o novo é, na verdade, viver a pobreza”, afirmou.
“Como é bom ver um papa que confirma esse caminho para nós, que quer uma Igreja pobre para os pobres. Nós queremos ser uma comunidade pobre para os pobres também”, disse ao ressaltar aspectos do pontificado do papa Francisco.
“Quando o papa resolveu usar a cruz e o anel de prata, logo pensei: vou também mudar o meu anel [aliança] para um de prata! Mas Jesus me disse: primeiro você precisa ser pobre, depois você muda o anel. E estou agora buscando primeiro ser mais pobre”, contou.
Papa São Leão Magno ensina sobre este tema:
“Não há dúvida de que os pobres alcançam mais facilmente que os ricos o bem da humildade; estes, nas riquezas, a conhecida altivez. Contudo em muitos ricos encontra-se a disposição de empregar sua abundância não para se inchar de soberba, mas para realizar obras de benignidade; e assim eles têm por máximo lucro tudo quanto gastam em aliviar a miséria do trabalho dos outros.
A todo gênero e classe de pessoas é dado ter parte nesta virtude, porque podem ser iguais na intenção e desiguais no lucro; e não importa quanto sejam diferentes nos bens terrenos, se são idênticos nos bens espirituais. Feliz então a pobreza que não se prende ao amor das coisas transitórias, nem deseja o crescimento das riquezas do mundo, mas anseia por enriquecer-se com os tesouros celestes.”
São Paulo, na primeira leitura, ensina aos Colossenses que Jesus “é o Princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz.” A paz vem da Cruz de Cristo, por isso hoje “abraçamos a cruz de Jesus pela abstinência e amanhã nos uniremos a toda a Igreja com o Jejum pela paz”, concluiu.
Emanuele Sales e Franco Galdino