Quem nunca se perguntou sobre o que deixará nesta terra depois de sua partida? Quem, em algum momento da vida, já se questionou sobre quais os sentimentos, impressões, atitudes, detalhes e gestos que as pessoas hão de recordar quando se lembrarem de você? Veremos que Chiara Corbella soube responder bem a essas perguntas.
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Bem, talvez você diga que jamais pensou acerca disso, eu, porém, não posso dizer o mesmo. Santa Teresa de Calcutá tinha o pensamento de que não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor ou mais feliz, assim, a nossa sugestão de leitura para hoje versa exatamente sobre isso. Sobre tudo aquilo que damos ao outro. Sobre tudo aquilo que nos torna eternos, assim como eterno é o amor de Deus.
A riqueza escondida por trás dos textos biográficos
Os textos que possuem o objetivo de relatar a vida de uma pessoa – chamados de biográficos – são tidos como enfadonhos por algumas pessoas, principalmente as mais jovens, pois fogem das narrações de cunho ficcional e se preocupam na transmissão de algo mais concreto que foi verdadeiramente vivenciado, porém, para uma outra parcela de pessoas, esse tipo de leitura é extremamente estimada, pois expressa nas linhas relatos reais, de pessoas reais, as quais despertam no leitor a curiosidade de saber mais acerca daquela personalidade.
Eu não sei a qual dos dois grupos você faz parte, não obstante, independente disso, não há como negar a importância dessa tipologia textual. Quem nunca ouviu falar do famoso Diário de Anne Frank que traz os relatos reais de uma menina judia que vive por pouco mais de dois anos escondida dos nazistas com sua família e outras pessoas nos fundos de uma casa?
Ou quem nunca ouviu falar do História de uma alma, livro escrito pela amada santa francesa Teresa de Lisieux, a qual conta suas memórias e espalha, por meio de suas linhas, o cheiro agradável das flores que emana de sua simplicíssima vida?
O que quero aqui pontuar é que por meio desse tipo de texto o leitor consegue adentrar de um modo ainda mais profundo nas verdades existentes no coração daquele de quem se é falado.
É interessante perceber que através dos relatos biográficos nós podemos pormenorizar a história de diversos santos da Igreja Católica e de muitos outros justos que nos precederam.
E quem faz os relatos em Nascemos e jamais morreremos?
Então, o livro em questão foi escrito por Simone Troisi e Cristiana Paccini, amigos muito próximos de Chiara. Eles fizeram tal obra como resposta ao pedido de Enrico Petrillo – viúvo de Chiara – com o fito de fazer conhecida a história da jovem italiana que, antes mesmo de realizar a sua páscoa, já era reconhecida como um grande exemplo de força, fé, doação e, por que não, de santidade?
Atualmente, ela é muito associada à Santa Gianna Beretta Mola pelo fato de ser uma pessoa comum, leiga, que viveu o matrimônio de forma inteira, sem idealizações, mas abandonada, juntamente com o seu esposo, nas mãos de Deus.
Os autores, no decorrer do livro, relatam aquilo que Chiara vivenciou, com a coragem de uma guerreira que entra no campo de batalha disposta a dar tudo pelo Tudo, e o fazem com a propriedade de quem foi confidente e com os relatos sinceros de muitos que foram profundamente alcançados pela vida de Chiara.
Um trabalho verdadeiramente árduo de recolher informações, transcrever e organizar, porém, em cada frase, em cada parágrafo do livro, se é possível contemplar muita verdade.
É possível enxergar a humanidade da jovem Chiara e, acreditem se quiser, mas é como se ouvíssemos a voz dela, uma voz que soa de forma muito serena e com a paz de alguém que está com as lâmpadas acesas esperando pelo Esposo.
E quem foi Chiara Corbella Petrillo?
A primeira coisa que me chamou atenção na história dessa jovem foi a sua prontidão e capacidade de colocar-se como feliz terceira na vida das demais pessoas. Os autores a descreveram como aquela que não perdia nenhuma ocasião para amar e isto é comprovado em cada página que é lida.
Se olharmos o rosto de Chiara Corbella temos ali uma janela para o seu coração. Ela era justamente o que vemos em suas fotos, uma mulher que, como Santa Joana D’arc, ao ser lançada nas chamas, não pedia para ser livrada, mas clamava pelo nome de Jesus e rendia louvores com um grande sorriso estampado em seus lábios. Ela era capaz de dançar no fogo, pois acolhia a graça de Deus.
Se eu fosse lhes apresentar Chiara Corbella, diria que ela era uma jovem italiana que viveu o matrimônio com o seu esposo – Enrico Petrillo – e permaneceu fiel com todas as batalhas que se lhe foram apresentadas.
Procurou fazer a vontade de Deus desde o namoro com Enrico, colocando-se em profunda intimidade com o Senhor e em uma postura de escuta, mesmo diante das duras provações que e vivera naquele tempo, postura essa que foi sendo cada vez mais dilatada no decorrer de sua vida.
A história mais conhecida de Chiara Corbella, a qual é pormenorizada no livro, é a da jovem que engravida de sua primeira filha – Maria Grazia Letizia – mas que, no entanto, tem a constatação de que a criança que esperava possuía uma má formação na cabeça, faltava-lhe o cérebro.
E esse diagnóstico que poderia leva-la a uma profunda tristeza foi justamente o elevador que a levou-a para os braços de Deus, pois, aí a sua intimidade com o Senhor cresce ainda mais. Uma intimidade que brota do ‘‘sim” daqueles jovens pais que, mesmo diante da possibilidade dada pela medicina para o aborto, escolhem pela vontade de Deus e carregam consigo durante longos meses aquela criança no ventre de Chiara. Criança essa que, ao nascer, os liberta do medo da morte e ilumina os seus olhos para a eternidade.
Uma história que se repete na segunda gravidez da jovem Chiara Corbella, ela esperava por um menino – Davide Giovanni – no entanto, o diagnóstico agora era de deficiências múltiplas, as quais não permitiriam que a criança sobrevivesse. Silêncio. Escuta. Por fim, a oferta de vida.
“Para onde Deus está nos levando?”
O jovem casal aceita mais uma vez a vontade de Deus, confiantes de que ela não decepciona. Ao engravidar pela terceira vez, e dessa vez de uma criança saudável, é ela quem se descobre doente e, tendo a doença avançado, ela decide adiar o seu tratamento para não comprometer a criança.
Depois do nascimento de Francesco, ela finalmente inicia o seu tratamento, no entanto, após intensa intervenção médica, ela é diagnosticada como uma doente terminal. Porém, ela passa por mais essa prova com a coragem de quem descobriu um caminho que leva ao sumo Bem.
Minha experiência de leitura
Quando comecei a ler este livro, senti-me como que envolto de uma alegria e de uma graça tremenda que não me era possível reter. Assim, fui até minha mãe e lhe pedi que ouvisse o que eu iria ler.
Naquela noite, li para ela várias páginas. Fomos nos deitar com o pensamento em Chiara Corbella.
No dia seguinte, foi minha mãe quem me procurou para que eu continuasse a ler aquele tão estimado livro, assim o fiz. Meu pai também se rendeu e juntou-se a nós.
Terminamos o livro por volta de três horas da manhã. Trabalharíamos no dia seguinte, mas nada poderia tirar de nós o que recebemos da vida de Chiara.
Permita-se ter essa experiência. Permita-se ser tocado pela simplicidade dessa jovem comum.
Descubra os pequenos passos possíveis de nascer e jamais morrer.
Essa é a obra que indico e que vale muito a pena ler.
Ficha de leitura
Capa comum: 172 páginas
Editora: Cultor de livros; 3ª edição, 2018.
Idioma: Português
Boa leitura!
Por Kayron Kaic
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Muito interessante e profundo lindos o que está escrito nos livros.
É linda e edificante deus artigos. Parabéns !!