“Se alguém pecou, temos junto do Pai um Advogado, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro” (1Jo 2,1-2).
Com essa passagem das Sagradas Escrituras começa a nossa dica de leitura de hoje, que não é bem um livro, mas um pequeno guia que nos ajudará sobremaneira a viver, segundo o autor, o “momento mais sublime da nossa espiritualidade: a nossa reconciliação com Deus”. Trata-se do Manual para uma boa confissão, desenvolvido pelo Padre Antônio Furtado e publicado pelas Edições Shalom.
O Sacramento da Reconciliação é uma das mais belas e preciosas riquezas da Igreja, através da qual podemos nos aproximar de Deus como filhos, reconhecer as nossas fragilidades e receber Dele o perdão de Pai ou, segundo o Papa Francisco, fazer a experiência da “passagem da miséria para a misericórdia”, pois a confissão “é a escrita de Deus no coração”.
Entretanto, por vezes, não sabemos o que dizer ao sacerdote nesse momento de graça, talvez por medo, vergonha ou falta de costume, então, ter acesso a um roteiro que explica todos os elementos para a realização de uma boa e verdadeira confissão é fundamental.
Desse modo, o manual ensina quais são as partes da penitência e seus efeitos, elenca os principais pontos para uma confissão bem feita e dispõe uma lista de pecados contra cada um dos dez Mandamentos de Deus, para que seja possível realizar um exame de consciência satisfatório, que é fundamental para nos colocar com transparência diante do Pai.
Além disso, é bom recordar que a Confissão é um Sacramento de cura, e a cada vez que nos confessamos de forma honesta e confiante no perdão divino, avançamos mais um passo rumo à nova vida que Cristo deseja estabelecer em nós.
Em uma celebração penitencial de março de 2019, o Papa Francisco afirmou ainda que o cerne da confissão não são os pecados em si, mas o amor divino derramado sobre nós. Pensamento semelhante teve o Papa João Paulo II, comentando a parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32) na Exortação Apostólica Reconciliatio et Paenitentia: “O que nesta parábola sobressai mais é o acolhimento festivo e amoroso do pai ao filho que regressa: imagem da misericórdia de Deus sempre pronto a perdoar. Assentemos desde já nisto: a reconciliação é principalmente um dom do Pai celeste”. Portanto, aproveitemos esse tempo quaresmal e nos deixemos envolver pelo amor de Deus, que se derrama em profusão a todos os que recorrem à sua infinita misericórdia, como nos disse o Papa Francisco:
“Com efeito, isto é o coração da Confissão: não os pecados que dizemos, mas o amor divino que recebemos e do qual sempre precisamos. Entretanto há ainda uma dúvida que nos pode vir: ‘Não vale a pena me confessar! Volto sempre aos pecados habituais’. Mas o Senhor nos conhece, sabe que a luta interior é difícil, que somos fracos e propensos a cair muitas vezes reincidentes na prática do mal. Então, nos propõe começar a ser reincidentes no bem, no pedido de misericórdia. Será Ele a nos erguer, fazendo de nós criaturas novas”.
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