Outubro é o mês das crianças, não é? Mas você já parou para pensar por que outubro?
Na verdade, a data oficial deveria ser o dia 20 de novembro, pois foi nesta data, no ano de 1959, que a ONU aprovou a Convenção dos Direitos das Crianças, porém cada país agregou ao seu calendário uma data que mais lhe aprouvesse.
No Brasil, esta data foi instituída nos anos 1960 através do pedido de um deputado federal, com o intuito maior de favorecer uma campanha de marketing de duas grandes empresas que, na época, dominavam uma grande fatia do mercado para o público infantil: a fábrica de brinquedos Estrela e a Johnson & Johnson.
Apesar deste início um tanto quanto infame, a verdade é que o dia das crianças se popularizou e, coincidindo com o dia da Padroeira do Brasil – Nossa Senhora Aparecida –, é sempre uma data que aquece as vendas e movimenta o comércio do País.
Mesmo que o cunho comercial domine este dia e esvazie um pouco o seu sentido original, como cristãos, é possível aproveitarmo-nos deste ensejo e dar um novo sentido à comemoração, assim, podemos celebrar o dia das crianças como uma grande oportunidade para evangelizar aqueles que são o futuro da Igreja, bem como, indo contra a corrente do consumismo, oferecer “presentes” diferentes para as crianças, como, por exemplo, um passeio cultural ou uma oportunidade para os filhos desfrutarem mais da presença dos pais.
Livros de presente para as crianças
Outra excelente escolha é dar livros de presente para as crianças, que podem ser adquiridos, inclusive, em alguns sebos especializados em livros infantis, por um preço mais acessível.
Falando em livros, as dicas de leitura deste mês, então, serão voltadas mais para o público infantil, e esta primeira dica pode ser considerada também uma homenagem e um grande agradecimento a esta autora brasileira que dedicou boa parte de sua vida à escrita de mais de cem livros infantis: trata-se de Ruth Rocha e o seu mais famoso livro, intitulado “Marcelo, Marmelo, Martelo e outras histórias”, indicado para a faixa etária de 7 a 9 anos.
Um garoto chamado Marcelo
O livro conta a história de um garoto chamado Marcelo, mas que, segundo seu raciocínio a respeito da origem e significado dos nomes com os quais chamamos cada coisa, bem que poderia chamar-se também martelo ou marmelo.
Além da saga de Marcelo e suas perguntas desconcertantes, que deixam seus pais quase sempre sem respostas e bem curiosos a respeito da capacidade de imaginação do filho, há outras histórias que completam o volume: “Teresinha e Gabriela” e “O dono da bola”.
No mais, os livros infantis de Ruth Rocha fizeram parte da infância de muitos e, seguramente, nos auxiliaram no gosto pela leitura, inclusive, tempos atrás, fazendo memória da minha própria infância, lembrei de que o primeiro livro que li na vida foi exatamente de autoria de Ruth Rocha: tratava-se da história de um camaleão chamada “Bom dia, todas as cores”.
Sabemos, ainda, que a infância é considerada como uma fase essencial para que o gosto da leitura se torne um bom hábito e auxilie a criança em vários aspectos da vida: desde a formação da inteligência e da imaginação, passando pelo incentivo aos estudos, até chegar a um adulto com uma boa capacidade crítica e formação intelectual que o possibilitará realizar suas escolhas de forma livre e responsável.
E quem diria que tudo isso pode começar com a leitura de uma brochura de menos de 40 páginas, como “Marcelo, Marmelo, Martelo”?
De fato, não podemos medir os benefícios que os bons livros trouxeram para cada um de nós, assim, é muito bom e mais que agradável que também nós possamos transmitir este legado para as crianças de hoje, a fim de que elas também possam ter esta oportunidade maravilhosa de aprendizado e crescimento através da leitura.
Obrigada por esta grande oportunidade, Ruth Rocha, Fernanda Lopes de Almeida, Monteiro Lobato, Antoine de Saint Exupéry, Ana Maria Machado, C.S. Lewis, J.R.R. Tolkien, Pedro Bandeira, Mark Twain, Condessa de Ségur, Irmãos Grimm, Cecília Meireles e tantos outros bons autores que dedicaram seus esforços e capacidades para fazer a nossa infância mais criativa e feliz.
Ficha
Ano: 2011
Páginas: 40
Editora: Salamandra
Boa leitura!