A boa formação doutrinária dos fiéis sempre foi uma preocupação da Igreja, desde as primeiras décadas do cristianismo. Já nas cartas apostólicas de Pedro, Paulo, Tiago e João, e na própria narrativa dos Evangelhos, é possível notar um esforço pedagógico da Igreja para com seus fiéis. Esse empenho continuou mesmo após a morte do último apóstolo, evento que completou e encerrou o conteúdo do depósito da fé. Tanto que, já no século XVI, já havia um número imenso de livros de autoria de grandes intelectuais da fé e conhecedores da doutrina cristã.
Entretanto, entre essas várias edições, faltava uma instância que pudesse unificar e fortalecer sua difusão. Assim, para que a doutrina da Igreja fosse exposta com mais exatidão e frutos, o Papa Paulo III convocou o Concílio de Trento.
Início do documento
Esse evento bendito ocorreu na Itália, na cidade de Trento, entre os anos 1545 e 1563, marcando o início de esforços e tentativas de colocar por escrito a Doutrina Católica. A coletânea de obras que o compõem recebeu o nome de “Catecismo” ou “Catecismo Romano.” Após o devido processo conciliar, esse rico documento foi, em 1566, muito promovido pelo Papa Pio V. Depois, essa obra continuou sendo amadurecida, recebendo novas edições até sua última versão, publicada em 11 de outubro de 1992.
A versão de autoria do Papa São Pio X, em 1912, tinha o objetivo de resumir a anterior. Como fruto, essa obra popularizou sobremaneira os ensinamentos do Magistério da Igreja Católica e conseguiu, com muitos frutos, formar os fiéis a respeito das questões relativas à própria fé.
Essa obra é muito válida, tanto que, mais tarde, em 2003, foi confirmada por uma outra importante autoridade em matéria de fé na Igreja, o Cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI. Veja só que ele declarou: “A fé como tal é sempre idêntica. Portanto, o Catecismo de São Pio X conserva sempre o seu valor. O que pode mudar é a maneira de transmitir os conteúdos da fé”.
Contribuição de João Paulo II
Outro grande animador do uso dessa obra foi o grande Papa João Paulo II. Tanto que, em 1985, ele convocou uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para refletirem sobre os frutos do Concílio Vaticano II. Entre as sugestões dos Bispos, estava a de que fosse publicado um novo Catecismo. Tais inspirações foram, por fim, acolhidas. Assim, em 1986 se deu início ao processo de elaboração de uma nova Obra. Foi, inclusive, organizada uma comissão de Cardeais e Bispos que muito trabalhou nesse projeto.
A edição do Catecismo da Igreja Católica que conhecemos hoje foi oficialmente apresentada à Igreja e ao mundo no final do ano 1992. Sobre essa obra, declarou o grande Papa João Paulo II, na Constituição Apostólica Fidei Depositum: “Ela é um instrumento para a obra de renovação da vida eclesial inteira, querida e iniciada pelo Concílio Vaticano II”.
Neste ano, o Catecismo da Igreja Católica completou 30 anos! E há indícios de que uma nova edição, ainda mais rica e atualizada, será publicada em breve e continuará, assim, edificando e formando o povo de Deus.