Me chamo Soraya, tenho 50 anos, trabalho como analista de negócios em uma instituição financeira bancária. Sou consagrada da Comunidade de Aliança na Comunidade Católica Shalom, rumo aos definitivos. Também sou mãe biológica de dois filhos (Cibelly, 31 anos e Edmilson Neto, 23 anos) e sou celibatária pelo Reino dos Céus.
Comecei o discernimento do meu estado de vida em 2020. Meu desejo era fazer a vontade de Deus. Não queria ir para o matrimônio ou para o celibato por fugas ou por refúgio. Eu tinha esse receio, porque fui casada. Mas o meu matrimônio não foi válido, sendo reconhecido pela Igreja por meio da nulidade matrimonial. Trazia comigo muitos resquícios desse relacionamento. Mas, antes de mais nada, Deus fez muitas curas em mim. Ele me deu a graça do “perdão perfeito”, pois não tinha como eu avançar no processo de discernimento, sem antes perdoar.
Ao longo do caminho, fui percebendo a verdadeira beleza do matrimônio. Mas o meu coração desejava algo maior, ele não ardia ainda o suficiente. Buscava a verdade e não encontrava. Buscava o amor e não encontrava. Via nos homens algumas faíscas que não saciavam a sede do meu coração.
Foi quando eu entendi que nada desejava mais do que amar profundamente este Senhor. Na sua imensa bondade, Ele consolava o meu coração sedento de algo que eu não sabia o que era e que na criatura buscava em vão. O Senhor me fez compreender, sem ruído de palavras, que aquilo que minha alma desejava e deseja é Ele…que Ele é a Verdade, a Vida e o Amor…e que tendo Ele, eu já teria o Tudo.
O Celibato é esse amor exclusivo, um coração inteiro e habitado por Deus. Uma feliz solidão, totalmente habitada e cheia de uma liberdade, de que nada mais me prende. Como sou feliz!
Termino com essas palavras de Santo agostinho: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem. Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez…”
Soraya Leitão, consagrada da Comunidade de Aliança