Certa vez, acompanhando uma pessoa que sofria com problemas de ansiedade, ela me interpelou com algumas curiosas interrogações: “Como devo esperar? Como saber se a expectativa na espera está ansiosa ou não? Como saber, se minha esperança é ilusória? Uma pessoa com o estado de ânimo sadio sabe onde depositar suas expectativas. Ela identifica os apoios certos e os utilizam do jeito certo. Um ansioso corre dois riscos: Depositar por ansiedade sua esperança nas coisas erradas ou de ficar cego diante das santas e sadias oportunidades.
No Advento, esperamos a vinda, ou melhor o nascimento do Filho de Deus, Jesus. Ele é nosso Salvador e Senhor. O Evangelho de São João sustenta com forte insistência essa verdade. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3:17).
O versículo 34 acrescenta: “Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus.” O povo de Israel estava atormentado, ansioso por tantas provações. Parecia que nenhuma promessa ou palavras humanas conseguiam consolar-lhes o coração. Quando uma pessoa é ansiosa, não raramente surgem outras muito bem-intencionadas, cheias de frases prontas. “Vai passar… Faz parte da vida… Você precisa ter paciência… Relaxe… Respire fundo… “Não faça drama” ou “Não é para tanto.” etc…”
A ânsia bem-intencionada de ajudar a solucionar o “problema” que o ansioso traz, o deixa mais ansioso. O povo de Deus estava ansioso, já não suportavam mais o sofrimento, de um lado acreditavam nas promessas de Deus, de outro como entender seu silencio.
Ha um recurso precioso, descoberto por psicólogos, pedagogos e pediatras no trabalho com as crianças, e por incrível que pareça funciona também com adultos. Que recurso é esse? Lembra-los de que são amados. Minimizar como falamos o que o ansioso está sentindo não o ajudará no momento de sua aflição. Não está fazendo drama, ele está sofrendo e pensando o pior desfecho para a situação. Se ele porém, sentir-se amado, tudo fica mais fácil. Há uma música da banda Missionário Shalom, inspirada no salmo:39, que revela uma postura de Deus, diante do sofrimento do homem e que deveríamos imitar em nossas relações fraternas, conjugais, eclesiais, etc… Termino esse texto, deixando a sua disposição a letra dessa linda canção. Ore, com ela, se souber cante, mergulhe e acolha o rema que ela lhe sugerir. Deus te abençoe sempre. Shalom!
Ele se inclinou para mim e ouviu meu grito
Colocou os meus pés sobre a rocha
Firmando os meus passos
Ele se inclinou para mim e ouviu meu grito
Colocou os meus pés sobre a rocha
Firmando os meus passos
Que confia em Ti, Ele não se volta
Não se volta para os soberbos
E não vive no engano
Contigo em mim, vou esperar
O Teu consolo e compaixão
Repousar meu olhar no Teu olhar
Vem, Amado meu, cuidar de mim
És meu auxílio e salvação
Deus meu, não demores, não demores