A busca por uma formação sólida e madura dos fiéis sempre fez parte dos esforços da Igreja, desde o início. Já nas primeiras décadas, os cristãos precisaram oferecer respostas ao paganismo e imperialismo romano e sua violência implacável. Precisou ainda dialogar com os líderes do judaísmo que não aceitavam a missão profética, real e sacerdotal de Jesus. Como se não bastasse, precisou ainda empreender um dedicado esforço intelectual em oferecer respostas às várias correntes filosóficas do mundo grego que tanto influenciaram e ainda influenciam o pensamento.
Entre os mestres da catequese na Igreja primitiva, há um que não poderíamos deixar de mencionar, trata-se do grande Apóstolo São Paulo. Esse guerreiro de Cristo se esforçou muito para uma formação sólida e consistente dos cristãos, tanto os de origem pagã, como judaica. Leia essa orientação dada por ele: “A respeito dos dons espirituais, irmãos, não quero que vivais na ignorância” (1 Corintios 12, 1).
Um livro com uma síntese da nossa fé
Nota-se aí que entre uma correção e outra, um questionamento e outro, a Igreja foi se fortalecendo e encarnando na vida e nos discursos uma catequese sólida, apoiada nas escrituras, na tradição e no magistério. Como fruto dessas reflexões, algo maravilhoso aconteceu em 25 de janeiro de 1985. O grande Papa São João Paulo II convocou uma Assembleia especial dos bispos para formalizar os anseios e projetos do Concílio Vaticano II na Igreja. A bondade de Deus, então, ajudou esses líderes da Igreja e seus apoiadores a oficializar a publicação de um livro com uma síntese da nossa fé, que recebeu o nome de Catecismo da Igreja Católica (CIC).
Na ocasião, o Papa São João Paulo II proferiu essa declaração, leia:
“O Catecismo da Igreja Católica é fruto de uma vastíssima colaboração. Foi elaborado em seis anos de intenso trabalho, conduzido num espírito de atenta abertura e com apaixonado ardor. Em 1986, confiei a uma comissão de doze cardeais e bispos, presidida pelo então senhor Cardeal Joseph Ratzinger, o encargo de preparar um projeto para o Catecismo requerido pelos padres do Sínodo. Uma comissão de redação, composta por sete bispos diocesanos, peritos em teologia e em catequese, coadjuvou a comissão no seu trabalho”.
Esse tesouro catequético e doutrinário foi dividido em quatro partes intimamente ligadas entre si. Na primeira parte, é tratado os mistérios da vida cristã, com a Profissão da Fé. Na segunda, é comunicado os aspectos litúrgicos, o culto a Deus. Na terceira parte. então, busca iluminar e amparar os fiéis nos aspectos morais, éticos, etc. E na quarta parte, como e onde se fundamenta a oração cristã, nos aspectos pessoais e comunitários de filiação Divina.
Como foi possível ver, nessa breve apresentação o Catecismo deveria ser um livro de cabeceira para um bom cristão católico. Seu objetivo não é jamais o de anular as Escrituras, mas levar o fiel a um mergulho ainda mais profundo na alma da Escrituras, que é o amor a Deus revelado de modo pleno em Jesus. Espero que essa apresentação breve tenha despertado em seu coração ânimo e disposição para mergulhar na ensino fundamentado que é o tesouro da Igreja.
Leia mais:
Em 28 de junho de 2005, o Papa Bento XVI, transcorridos os 20 anos da elaboração do Catecismo da Igreja Católica, pedido pela já aludida Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, promulga o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica.
Por Rodrigo Santos