Estamos falando de um musical de 1971, um clássico do cinema, dirigido por Norman Jewison com melodias de Jerry Bock e letras de Sheldon Harnick. O filme é uma adaptação do livro de Joseph Stein, ‘Tevye and His Daughters’, que fala da vida de uma família judaica na Rússia csarista, pré revolucionária. O cenário é o ano de 1905. Este camponês que vende leite na pequena vila composta na sua maioria de judeus, tem cinco filhas e vê suas três filhas mais velhas se casarem em circunstâncias desafiadoras e novas para as suas fortes tradições religiosas.
Musicais só devem ser vistos por quem aprecia o gênero porque muitas vezes os diálogos são musicados, porém, ‘O Violinista no Telhado’ é de fato um clássico que os amantes do cinema não podem perder. São três horas de projeção que podem ser vistas tranquilamente em duas sessões. O filme fala sobre o conflito entre tradição e amor e as lutas interiores de um pai para educar suas filhas. Os diálogos travados por Tevye, o patriarca, consigo mesmo ponderando as circunstâncias e as situações de impasse são de uma beleza ímpar e valem como espelho para muitos pais mais de cem anos depois.
Outro ponto muito judaico da trama mas que é referência para qualquer pai cristão-católico que viva sua fé nos dias de hoje, são os diálogos abertos com Deus, expostos de maneira simples e direta, também bem humorada ultrapassando o rigor da Lei, deixando entrever as perguntas e humanidade do coração de um homem que busca a Deus e quer viver a sua Palavra. É oração pura e intimidade com o Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Para nós, com o Deus de Jesus Cristo.
Em tempos em que o diálogo entre a Igreja Católica e comunidade judaica tem se estreitado mais e mais é nosso dever conhecer mais sobre esse universo. Essa amizade tomou novo rumo desde o período da II Guerra Mundial quando o Papa Pio XII salvou milhares de judeus, passando pela importantíssima declaração conciliar Nostra Aetate, e tudo o que fizeram os Papas João XXIII, Paulo VI, o Beato João Paulo II e o Papa emérito Bento XVI.Por isso repito, que grande alegria viver esse tempo de Igreja e como católicos podermos entender e participar mais de nossa relação com os irmãos mais velhos, os judeus, e lutar contra todo anti-semitismo.Também nisso temos o exemplo do amado Papa Francisco que no rol de seus amigos mais próximos um dos que encabeça a lista é o rabino argentino Abaham Skorka.
Este é um filme de bela fotografia, de músicas lindas e que nos apresenta os rudimentos da fé judaica e um pouco de História na história do povo eleito, o povo de Israel.
Por Elena Arreguy Sala
Saiba mais sobre este e outros filmes no Blog Projeções de fé