Mylene Otou, nova integrante do Missionário Shalom (MSH), nasceu no Senegal, mas seus pais são de Camarões. Aos seis anos, foi morar no Canadá com sua família, onde passou boa parte de sua vida. Durante o mestrado em Tradução, teve a oportunidade de viver no Brasil. Foi nesse período que ela conheceu a Comunidade Católica Shalom. A jovem participou de um encontro da Renovação Carismática Católica (RCC) em que o Canto das Írias foi apresentado, começando dessa forma a sua história com a Vocação. Hoje, ela é postulante da Comunidade de Aliança e mora na Diaconia Geral.
A música e os idiomas na vida de Mylene
A música sempre esteve presente na vida de Mylene Otou. Quando terminou o Ensino Médio no Canadá, disse aos seus pais que queria ser cantora. Eles insistiram para que a jovem fizesse uma faculdade. Ela aceitou e resolveu cursar Estudos Hispânicos. Com isso, além do inglês e do francês, idiomas falados no Canadá, ela passou a aprender espanhol. Tendo tido a oportunidade de visitar o Brasil, Mylene ficou interessada em aprender a falar também português. Por isso, durante a graduação, escolheu fazer disciplinas sobre o idioma dos brasileiros.
A senegalesa é a segunda mais nova dos sete filhos que seus pais tiveram. Atualmente aposentados, eles voltaram a viver em sua terra natal. Apenas Mylene e algumas de suas irmãs ficaram no Canadá. A jovem conta que seus pais sempre levavam a família para a Igreja aos domingos, mas não eram tão participativos nas atividades da paróquia. Contudo, sua mãe sempre a ensinou a buscar a Verdade. Aos 16 anos, teve a chance de conhecer mais a Igreja Católica, mas, com o florescer da juventude, não deu tanta importância, permanecendo nas atividades de sua paróquia quando era possível.
Experiência com Deus
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011 em Madrid foi a primeira de Mylene. Depois dessa, ela ainda foi para a JMJ no Rio de Janeiro em 2013. Foi nesse período que a jovem teve maior contato com a língua portuguesa e sentiu que Deus queria algo para ela no país tropical. Ao voltar para o Canadá, Mylene iniciou seu mestrado e decidiu fazer um estudo etnográfico sobre o ensino de tradução no Brasil. Com isso, ela teve a oportunidade de viver na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, de 2015 a 2016. Tempos depois, ela percebeu que essa foi a desculpa de Deus para atraí-la a uma experiência profunda com Seu Amor.
Durante um evento da RCC na cidade em que morava, Mylene assistiu à apresentação do Canto das Írias e teve uma forte experiência com Deus quando uma pessoa rezou por ela. A estudante testemunha ainda que chorava bastante durante a peça que mostra o encontro do homem com a Verdade. Apesar de não ter entrado em um grupo de oração na época, Mylene participou do Acamp’s (Acampamento de Jovens Shalom) e do Reviver. “Quando conheci a Comunidade, parecia que tudo que eu ansiava estava na minha frente naquele momento”, ressalta.
Terminado o tempo de pesquisa no Brasil, Mylene regressou para o Canadá. Nela, permanecia o desejo de crescer na intimidade com Deus. Como morava em Montreal e a missão Shalom no Canadá ficava em Toronto – a sete horas de viagem -, foi difícil continuar participando das atividades da Comunidade. Mas, por providência, uma jovem da Livraria Shalom, durante o Reviver 2016, a motivou comprar o Enchei-vos, estudo bíblico utilizado nos grupos de oração Shalom. “Não estava no grupo, mas estava trilhando o Caminho da Paz rezando com o Enchei-vos”, partilha.
Caminho Vocacional
Além de cantar, Mylene compõe. E, a pedido da Diocese de Montreal, ela escreveu uma canção para a JMJ 2016 na Polônia. “Eu fui convidada para cantar na Cracóvia, mas eu não ia para a jornada, só fui por causa da providência de Deus. E lá Deus confirmou minha vocação. Me mostrou pessoas do Shalom e me deu a oportunidade de ver o fundador”. Ela conta que ao chegar no Festival Halleluya, Moysés Azevedo estava motivando a adoração ao Santíssimo Sacramento. Para ela, o momento foi marcante, pois, a partir daquele instante, percebeu que Deus a chamava à Vocação Shalom.
Ao voltar para o Canadá, a peregrina pediu ingresso no Vocacional Shalom a Distância. Ela vivia em Montreal e era acompanhada por uma missionária de Toronto. A jovem relata que chegou a fazer um encontro vocacional em 2017. Mas depois teve que viajar para a Suíça por conta de um evento que ela iria participar. Faltava pouco tempo para a Convenção Shalom 35 anos, por isso ela resolveu ficar na Europa até o início do encontro. Mylene aproveitou para conhecer a missão da Comunidade em Lugano (Suíça), Avignon e Aix-en-Provence (França).
Na Convenção, Mylene experimentou a graça de ser família com os peregrinos do Canadá. Foi nesse período que Deus confirmou em seu coração que ela deveria se mudar de Montreal para Toronto. Ao voltar para a sua cidade, ela partilhou com sua família a decisão e suas irmãs a apoiaram. Pouco tempo depois, a jovem já estava morando na terra canadense em que a Comunidade está presente. Lá ela conseguiu um emprego em um banco e passou a servir como pastora de um grupo da missão, além de fazer parte do ministério de música.
A vocacionada já carregava no coração o desejo de pedir ingresso na Comunidade de Aliança. Ela conseguiu participar dos encontros vocacionais na segunda metade de 2017. Escreveu sua carta e seguiu servindo na missão. Mylene entendia que Deus precisava dela naquela terra. Foi aí que a senegalesa recebeu sua resposta positiva e começou a viver o postulantado em 2018. Já na reta final do primeiro ano na Comunidade, ela recebeu o convite para coordenar um pequeno grupo de peregrinos na JMJ 2019 no Panamá. Ela aceitou e foi mais uma vez surpreendida pela providência de Deus. No Panamá, foi convidada para apresentar o Festival Halleluya ao lado de Bertrand Wadi.
Convite para o MSH
O dia 25 de maio de 2019 marcou a história de Mylene Otou. A jovem seguia vivendo sua missão em Toronto, como Comunidade de Aliança, até que foi chamada pelo responsável local para conversar. Ele falou sobre os talentos dela e comentou sobre a música na missão. A missionária partilha que na hora pensava que ele estivesse se referindo a alguma situação vivida no serviço. Mas, quando o consagrado falou que Gustavo Osterno, do MSH, havia ligado e perguntado se ela gostaria de fazer parte ministério, Mylene não conseguiu conter a surpresa.
No banco em que trabalhava, Mylene tinha recebido uma promoção. Contudo, sentia que deveria dizer sim ao chamado de Deus para servir no MSH. Depois de um tempo de discernimento, ela de fato acolheu a missão no ministério e começou a se organizar para viajar rumo ao Brasil. Ela precisava chegar antes do Festival Halleluya. Por isso, teve pouco tempo para se despedir da família. A jovem partilha que seus pais ficaram temerosos, pois ela largaria sua estabilidade para viver da divina providência. Contudo, ao apresentar a banda para a família, suas irmãs ficaram tão animadas que contagiaram seus pais. “E aí eu fui com a benção da minha família”.
Um tempo de transição
Do Halleluya até o Congresso de Jovens Shalom (CJS), Mylene viveu um tempo de transição em que foi preciso muita paciência e abandono em Deus. Ela não começou a fazer shows assim que chegou no país. A missionária aproveitou o tempo para aprimorar a língua portuguesa e para estudar mais as canções da banda. O show no CJS foi um momento especial para o MSH, pois, em oração, Deus falava que deveria ser naquele palco a transição oficial dos novos integrantes do ministério. Em um momento emocionante, Débora Pires apresentou Mylene Otou, e Rafael Morel apresentou Guilherme Pontes.
Hoje vivendo como Aliança Missionária na Diaconia Geral, Mylene partilha que seu coração é só gratidão por tudo que Deus fez em sua história. Sobre a acolhida do público, ela fala que nunca sentiu comparação com sua antecessora e que tem sido muito alcançada pelo carinho dos jovens que seguem o ministério. A chegada de Mylene fortalece a missão evangelizadora do MSH em vista da internacionalização.
Aproveite esse oportunidade!
Surpreende a ação de Deus na trajetória missionária da jovem!
Deus continue a agir vigorosamente na vida da Comunidade.