Catorze membros das Comunidades de Vida e Aliança Shalom fizeram suas primeiras promessas no Carisma neste sábado, 26 de abril. Mais que uma nova cor no cordão que segura o tau, este passo representa comprometer-se com a fé. A responsável da missão no Rio, Roneide Santos, relembrou os sinais daquele dia que mostram a vontade de Deus. Neste domingo, 27, quatro papas estarão unidos. É a canonização de João Paulo II e João XXIII, que será presidida pelo Papa Francisco e concelebrada por Bento XVI. “São os sinais do Senhor que grita Sua vontade para sua vidas”, disse, direcionando-se aos neo-consagrados. “João XXIII profetizou que leigos seriam consagrados. Nascemos aos pés de João Paulo II. Bento XVI nos ensina a viver esvaziamento, kenosis. Francisco fala da pobreza que está simbolizada no tau”, explicou. “A consagração nos faz viver o valor das coisas eternas.
A missa das primeiras promessas foi presidida pelo bispo auxiliar do Rio, Dom Antônio Augusto. “O Evangelho define cada um de nós”, começou assim sua homilia sobre a narrativa de João 20, 19-31. O texto narra o momento que Jesus aparece aos discípulos, ressuscitado, e dirige-se a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”.
“Dídimo é uma qualificação de Tomé”, explicou Dom Antônio. “Significa gêmeo. Tomé tinha dupla personalidade. Quando estava com Cristo, era ousado, se lançava. Mas sem Cristo, era ausente. Um homem com dupla face duvida de Deus”.
Para o bispo auxiliar, o relevante na vida é ser gêmeo de mim mesmo. “O importante é se alegrar com Cristo”, disse. “Comprometer-se a sério com a fé. No oitavo dia da ressurreição, Jesus falou de nós, que nãoo vimos. Felizes os que acreditam sem ver. Não podemos duvidar de Deus, pois Ele é fiel.Mas podemos, em algum momento, nos questionar: Será que dei o passo certo? Estou na igreja certa? Dois mil anos depois ainda tem gente que é dídimo”.
“Jesus fez milagres e Tomé duvidou. Exigiu ver. Quando temos dupla face, não entendemos as provações e exigimos que Deus prove que nos ama”, ensinou Dom Antônio.
Ele ressaltou ainda que a consagração de vida a Deus não é apenas uma celebração, mas um compromisso de fé. “A fé é uma resposta inteligente, livre a uma iniciativa de Deus. Ele me procura, nao me deixa sozinho e nunca me abandona. E ainda pergunto: será que é verdade? Quando a fé é provada no cadinho da humilhação, se torna uma fé valiosa”. E perguntou: “Comprometer-se ou viver apenas uma celebração? Cremos ou exigimos provas?”.
Por Carol de Castro