A Comunidade Católica Shalom terá quatro novos padres a partir desta segunda-feira, 22 de dezembro. Os missionários Cledison Reis, Célio Lourenço, Livandro Monteiro, Rômulo Castro e mais sete seminaristas serão ordenados sacerdotes pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio Tosi, às 18h30, na catedral metropolitana. Confira testemunho de Cledison Reis:
“Meu nome é Cledison Reis Lima, sou natural de Salvador. Minha experiência com Deus aconteceu quando eu tinha 19 anos, em Ribeira do Pombal (BA), para onde eu tinha me mudado um ou dois anos antes. E lá nessa cidade do interior da Bahia, eu fiquei participando das atividades da Igreja. Tinha me crismado, mas ainda não havia tido aquela experiência forte com Deus.
Quando morava em Salvador, já fazia parte da Igreja e de alguns grupos vocacionais, mas não tinha um conhecimento aprofundado do meu chamado. Em Ribeira do Pombal, a partir da experiência da Efusão do Espírito Santo, esse desejo de descobrir o meu chamado voltou com muita força.
Deus foi me dando muitos sinais da Sua vontade. Eu me batizei quando tinha dezesseis anos, e este retorno para a Igreja aconteceu através do grupo de acólitos não-instituídos, ou seja, os coroinhas. Esse grupo me introduziu na vida eclesial, em que eu não somente recebi o sacramento do Batismo, mas tive uma experiência nova com a Igreja: conheci mais as vocações, passei a participar de grupos vocacionais. Fui despertando para isso. Mas acredito que a grande certeza acerca do chamado aconteceu na minha experiência com Deus, que fez com que tudo fluísse com muita intensidade dentro de mim. Percebi Deus me chamando a consagrar minha vida a Ele através do sacerdócio. Fui sentindo o chamado a dar toda a minha vida a Ele.
Foi aí que comecei a dar passos mais decisivos. Entrei, a princípio, no Seminário Menor, em Paulo Afonso (BA). Caminhei um período, o tempo de preparação “propedêutico”, mas percebi que apesar de me sentir chamado ao sacerdócio, não era ali que Deus queria que eu desse esse passo. Eu conhecia a Comunidade Canção Nova, mas não conhecia o Shalom. Foi então que dentro do Seminário conheci, na Revista Shalom Maná, a Comunidade Católica Shalom. E meu contato foi se estabelecendo. Soube que existia uma espiritualidade que me atraía. Na Revista, havia algumas matérias sobre o “vocacional por carta”*, na época se chamava assim, e decidi enviar uma carta, com o objetivo de iniciar o discernimento vocacional com a Comunidade. Nessa época, eu já estava decidido a deixar o Seminário Menor.
Voltei para a casa dos meus pais e durante um ano fiz o acompanhamento por carta, duas experiências vocacionais em Aracaju e Salvador e dois retiros. Não tinha tanto contato assim com a Comunidade, pelo fato de morar em uma cidade do interior que não ficava próxima a nenhuma Missão. No vocacional por carta, fui descobrindo minha afinidade, também através de poucos contatos, como um programa que a Comunidade gravava e repassava também na Canção Nova, o “Shalom no Ar”. Tudo o que se falava sobre a Comunidade ia me chamando atenção e, assim, o desejo de conhecê-la ia crescendo. Um ano mais tarde, fiz o retiro vocacional, em que Deus me deu muitas convicções, apesar do pouco tempo de contato. Ele me deu também palavras que iam confirmando a minha eleição e o caminho vocacional que eu trilhava. Em agosto desse mesmo ano, recebi o discernimento de que tinha entrado na Comunidade de Vida e de que iria em missão para Juazeiro do Norte (CE), onde fiz o postulantado. Na época, o postulantado era um período muito curto, de apenas seis meses. Em 2002, fiz o meu discipulado em Pacajus (CE). Depois, em 2003 e 2004, morei em Crateús. E em 2005, iniciou-se um novo ciclo na minha vida, com relação ao meu estado de vida. Eu já era celibatário, já tinha feito as primeiras promessas, mas ainda me sentia chamado ao sacerdócio. Nesse ano, fazendo o retiro dos seminaristas, iniciei o caminho para o sacerdócio dentro da Comunidade. Fiz primeiro Filosofia, depois o estágio Pastoral em Recife (PE). Retornando à Fortaleza, concluí os estudos em Teologia, em 2013. Hoje, percebo na minha vida os frutos de tudo isso, de todo este tempo vivido, da vida de oração, de como a Comunidade foi me ajudando a aprofundar e a amadurecer o meu chamado.
Devo muito a Comunidade porque ela não simplesmente sustentou o meu chamado ao sacerdócio, mas aprofundou, deu-me meios para que eu pudesse dar passos mais concretos com relação ao meu estado de vida. Ajudou-me a amadurecer meu chamado a nível humano e levou-me a crescer na escuta de Deus, porque um discernimento vocacional bem feito se faz a partir da escuta da vontade de Deus. Eu me percebi diante do chamado de Deus e das minhas incapacidades de a ele corresponder. Ao mesmo tempo, Deus foi muito mais fascinante e me levou a desejar, diante de minhas limitações e fragilidades, a ofertar a minha vida. E fui contemplando, através da Comunidade, que essa voz poderia ser correspondida através de uma atitude de confiança, de abertura, de abandono e docilidade.”
*Hoje “vocacional à distância”. Contato através do e-mail vocacionaladistancia@comshalom.org.
*A formação e o acompanhamento dos seminaristas são promovidos por benfeitores que contribuem financeiramente e por meio da intercessão. Envie um e-mail para seminaristas@comshalom.org ou curta a fanpage Seminaristas Shalom e saiba como ajudar.