Saiu, foi pegar um ar. Distanciou-se o máximo que pode dos prédios, chegando num terreno recluso. Aquele dia foi decisivo, olhar para o Céu a fez lembrar da escolha que fez: renunciar a uma proposta financeiramente irrecusável. Apesar disso, o coração estava tranquilo. Olhou para o Céu com gratidão, as experiências a ensinaram que há perdas que são ganhos, mesmo as que não compreendemos facilmente. A quietude interior se deu por um consolo e direcionamento recebido pela manhã:
Doce é a vida do autônomo e trabalhador, mas mais feliz é aquele que encontrou um tesouro. (Eclesiástico 40, 18)
A vida em Deus já havia lhe mostrado vários tesouros dignos do Céu e por causa disso não valeria a pena perdê-los por uma oportunidade irrecusável. Agora, naquele lugar, tudo está calmo, imutável, uma tranquilidade. Sem barulhos, ou incômodos externos. Mas o Céu se movia. Ela estava parada, mas as nuvens andavam. Contemplar isso a fez compreender que mesmo que as coisas ao seu redor pareçam não mudar ou estejam paralisadas, o Céu (Deus, os anjos, Santos) continuam a agir. O Pai providente está trabalhando para que não lhe falte nada e para que no momento certo uma nova via se abra, desta vez, com sua bênção.
Por Socorrinha Mouta