Ao contemplarem o ícone da Trindade de Rublev, coloco-me sempre a mim e a toda a humanidade no lugar vazio da mesa. Lá, eu sei, é o lugar de Maria e de toda a humanidade de todos os tempos.
Estar lá, entretanto, é permitir que arda em nós o fogo da “pedra ara”, com o sangue dos mártires sob a mesa da família que é também o altar do sacrifício. É a ao mesmo tempo contemplar a dinâmica da dança do amor da Trindade, inebriar-se com uma melodia celestial e nela ser inserido pelo mistério de Cristo celebrado nesse altar no sacrifício do Cordeiro, mas também no sacrifício das nuvens de testemunhas ( cf Hb 12) dos milhões de testemunhas com quem compartilhamos o lugar à mesa do sacrifício e banquete em que se contempla, com Maria ,e por seus olhos, o mistério do amor que se oferta, Amor que recebe todos os adjetivos e é sempre o mesmo Amor que se dá.
No lugar dos mártires, com Maria, contemplamos a dança de amor da Trindade e ela nos inclui no sacrifício e ressurreição do Cordeiro, na oferta de vida dos mártires, no nosso lugar privilegiadíssimo-indescritivelmente privilegiado- no tempo que se chama hoje, prostrados como estrado vil feito -precioso aos pés do Amor que sustenta o mundo!
Nessa Eucaristia, Eterna, nessa eterna ação de Graças, estamos no Amor que é paz. Estamos em família.
Maria Emmir Oquendo Nogueira
Cofundadora da Comunidade Católica Shalom
TT @emmiroquendo
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