A Igreja reserva o dia 18 de novembro para que seus fiéis façam memória, agradecidos a Deus, da dedicação de duas importantes basílicas. A primeira, é a de São Pedro, edificada sob a liderança e pastoreio do Papa Silvestre, cujo pontificado ocorreu entre os anos de 314 a 335. A segunda, é a Basílica de São Paulo, edificada sob a liderança do Papa Sirício, entre os anos 384 a 399.
A celebração dessas Basílicas, nomeadas por esses dois grandes papas, é um excelente convite para meditarmos numa maravilhosa promessa de Jesus: “Se alguém me ama, guardará minha palavra; meu Pai o amará, viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14,23).
Basílica de São Pedro
Essa obra sagrada, como dissemos, foi edificada em homenagem ao primeiro Papa da Igreja, São Pedro. Esse, juntamente com Tiago e João, acompanhou Jesus em Sua vida pública e, de modo particular, num dos momentos mais decisivos de sua missão profética (cf. Mt 17,1). Entre as experiências singulares que esses apóstolos tiveram, está a cena da Transfiguração no Monte Tabor, descrita em Mc 5,37; depois, a ressurreição da filha de Jairo, em Marcos 13,3; o discurso escatológico no Monte das Oliveiras, em Mt 26,37; e na oração proferida no Getsêmani.
Porém, não obstante todas essas graças, vividas na companhia do Mestre, Pedro, em sua fraqueza, chegou a negar que o conhecia (cf. Mt 26,69-75). No entanto, esse homem fraco foi socorrido pela graça e seu ardor foi renovado. Assim, finalmente entendeu sua missão, que já havia sido confirmada por Jesus: “Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,18-19).
Basílica de São Paulo
Essa segunda basílica foi edificada em homenagem ao grande apóstolo dos gentios. Paulo, embora não tenha conhecido pessoalmente Jesus ou feito parte do grupo dos 12 escolhidos da primeira hora, foi também alcançado pelo Senhor e enviado para anunciar Sua paz. Após uma profunda mudança de vida, assumiu como alvo de sua missão os povos pagãos.
Antes de se encontrar com Jesus, seu nome era Saulo, mas após o batismo passou a ser chamado de Paulo. Esse apóstolo era um homem inteligente, estudante dedicado da Torá e zeloso das tradições de seu povo. Antes da conversão, tinha abraçado, por envio, mas também por decisão própria, a missão de perseguir e prender, em nome do Sinédrio, todos os que fossem encontrados professando a fé na mensagem de Jesus.
Deus, porém, o golpeou com sua graça, de modo que, depois, com o mesmo ardor com que perseguia, passou a ser perseguido. Dedicou-se a levar o nome de Jesus não só aos israelitas, mas também às nações pagãs (cf. At 9,15).
Essas duas basílicas, dedicadas a esses dois servos fiéis que possuem tão fortes testemunhos de conversão, tornaram-se dois símbolos do poder da ressurreição de Jesus. Que essa recordação possa alimentar, no meu e no seu coração, um amor renovado por Jesus e por Sua Igreja.
Que a exemplo desses dois servos, São Pedro e São Paulo, não diminuamos em nada nosso ardor no anúncio de Sua paz.