Em abril de 2003, meus pais se separaram e minha adolescência, que já era difícil, ficou ainda pior. Fui morar com meu pai e vivi o período mais complicado da minha história. Meu pai encontrava-se sem sentido de vida por perder seu grande amor. Minha mãe não sabia administrar a liberdade que recebera.
Em 2004, meu melhor amigo me convidou para participar da Missa com ele e eu gostei, passei a ir mais vezes e em 2006 ”escolhi” ser católico. De forma sobrenatural, a relação de meus pais foi sendo purificada, e eles voltaram a ser amigos.
No dia 27 de maio de 2006, eles reataram o casamento e começaram a viver felizes como eu nunca tinha visto antes. Até então, a relação era sempre de briga, de confusão. Meu pai dizia que eu estava diferente, feliz. Minha mãe dizia que meu pai tinha mudado. E eu via um casal completamente diferente…
Em 18 de julho de 2006, depois de muitos anos, meu pai me abraçou e me desejou feliz aniversário. Foi um momento que nunca esquecerei!
Em 27 de julho do mesmo ano, meu pai disse que estava muito feliz, como nunca tinha sido feliz na vida. E que poderia morrer a qualquer momento que estaria ótimo. De 29 pra 30 de julho, ele e minha mãe foram a um ”show” de forró perto de casa. E depois de dançar com minha mãe, ele pediu pra tomar um ar. Quando saiu de lá, caiu e faleceu. Meu pai teve um infarto fulminante.
Receber essa notícia foi um golpe muito forte. Mas durante todo o dia, meus amigos se fizeram presente e foram sinal de Deus na minha vida. Eu pude perceber ali o cuidado e o carinho de Deus por mim, por meu pai, por minha mãe, por minha família.
Eu era católico havia seis meses. Descobri um Deus que me amava de forma pessoal, não em uma ideia de amor, mas de forma concreta, real. Deus permitiu que meus pais se reconciliassem, que meu pai e eu nos reconciliássemos. Acredito que meu pai também tenha se reconciliado com Deus.
No dia em que celebro oito anos da páscoa do meu pai, celebro também o dia que conheci o Deus-Amor!
Cleiton Ramos