É uma grande alegria partilhar sobre meu chamado vocacional ao sacerdócio. Ainda estou dando os primeiros passos nesse caminho longo, árduo e muito feliz. Quando damos um testemunho sobre a ação poderosa de Deus na nossa vida, somos renovados nessa experiência e nos comprometemos em viver aquilo que Deus fez e está fazendo.
Bom, nasci em uma família bem católica, mas na adolescência e início da juventude me afastei muito de Deus, até participar do Acampamento de Jovens realizado pela Comunidade Católica Shalom. Tinha 16 anos quando minha vida mudou radicalmente, tive uma experiência incrível com o amor e a misericórdia de Deus. Senti um forte chamado em meu coração a ser missionário, me identifiquei desde o início com a Comunidade de Vida Shalom. Junto a este forte chamado a ser missionário havia uma voz um pouco mais tímida que me atraía ao sacerdócio. Por um tempo, achei loucura, pois sempre quis casar, ter filhos, ganhar dinheiro, etc.
Deus me seduziu rápido, não pude resistir muito tempo, cerca de um ano e meio depois que ingressei na Comunidade de Vida Shalom, já sentia, nessa altura, o chamado a ser padre crescendo e já tinha quase uma segurança, ainda humana, que esse seria meu caminho. Porém, parece que nos primeiros anos de comunidade Deus “bagunçou” tudo, ou talvez tenha sido eu, não sei, acho que fomos nós dois. Parecia que o chamado ao sacerdócio havia diminuído muito, ou até desaparecido. Vejo hoje que tudo isso foi bom, pois pude me abrir à beleza dos outros estados de vida, pude questionar minhas convicções e pude, enfim, ver Deus me seduzindo novamente.
Em 2013, ano das minhas primeiras promessas na Comunidade de Vida, Deus começou a resgatar de maneira muito forte o chamado ao sacerdócio, esta convicção, agora, já era bem mais refletida, provada e amadurecida. Muito me ajudaram os formadores e, de forma especial, os conselhos do meu irmão, que é padre, também da Comunidade de Vida. Percebi que o Senhor chama aqueles fracos e pequenos, pois assim poderão compreender e acolher os que assim como eles são pecadores, como nos diz a escritura em Hebreus (5,2-4).
Por falar em Escritura, num dos momentos mais difíceis, onde me questionava e “lutava contra Deus” não me achando capaz de fazer as renúncias as quais esse chamado me pede, Deus me deu uma passagem em Isaías que hoje me enche de certeza que o Senhor mesmo é minha grande recompensa por cada sacrifício que vivo e que viverei: “Serei o teu sol e a tua Lua para sempre!”.
Atualmente, estou cursando o 1º ano de Filosofia, e daqui a alguns anos, com a graça de Deus, serei mais um sacerdote a seguir os passos de Jesus e ser um pescador de homens. Como é bom fazer a vontade de Deus!
Daniel Chagas, 22 anos
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