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Deus não desiste de nós

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Experiência com Deus… Evangelização… Namoro cristão… Algum pedido que você fez a Deus e Ele te atendeu… Vocação… Experiência com os santos, com a Igreja… O comshalom.org quer saber qual é a sua história com Deus.

Todos os dias, publicamos um testemunho novo na home. O de hoje é de Afonso Thiago.

Quer ter a sua história publicada aqui? Envie texto e foto para  redacao@comshalom.org e evangelize conosco.

Confira:

DSC_0332Olá! Meu nome é Afonso Thiago Moura de Souza, e gostaria de compartilhar com vocês minha experiência com Deus.

Eu sempre me achei a criatura mais ferrada da Terra. Por quê? Bem, sinceramente eu não sei. Entretanto, quanto você não consegue olhar-se no espelho, sem sentir-se mal, existe algo errado. Por algum motivo, eu tinha deixado de viver. Estava parecendo que tinha deixado minha vida no automático. Minha mente estava cheia de banalidades e futilidades. Eu pensava tanto e sem qualidade que vinham a mim pensamentos absurdos de derrota e morte. Algo estava errado. Eu estava no fundo do poço, ou melhor, na sombra do fundo do poço.

Tinha realizado o sonho de entrar na faculdade, no curso que tanto almejava. Havia conquistado bons amigos, uma carreira e bens, mas nada, absolutamente nada parecia saciar-me. Comecei a adoecer. Sentia muita dor, a qual nunca passava. Quando ia ao médico, ele sempre dizia que eu estava bem. “Meu Deus, o que será que está errado comigo?” Essa pergunta sempre estava presente em minha cabeça.

Um dia, na faculdade – eu confesso que não queria ter ido à aula nesse dia, entretanto algo me levou a ir – uma colega falou que era aniversário de uma amiga, e me perguntou-me se eu gostaria de ir à festa com ela. Eu só queria voltar à escuridão mórbida do meu quarto e apagar em mais uma noite sem sonhos, contudo acabei indo a tal festa…

É muito engraçado como o Senhor nosso Deus age, escrevendo certo por linhas tortas. Pois bem, eu fui à festa e lá conheci as pessoas do Shalom. (Perdoem a minha ignorância, pois eu pensava que Shalom era o nome de uma empresa de transportes, porque sempre via, na cidade, ônibus circulando que tinham esse nome na lateral). Eu falei pessoas, mas eles eram anjos que Deus colocou em meu caminho. Certa vez, eu falei para um amigo que existiam dois tipos de anjos. Uns que ficam no céu zelando por nós, e outros que ficam na terra e nos levam a uma porta. A porta da oportunidade, de uma salvação para nossas almas e alívio para nossas angústias. Mas entrar ou não dependerá de nossa vontade.

Um desses anjos, em especial, teve a paciência de conversar comigo e me colocou em frente a uma porta, pela qual eu decidi entrar. Algum tempo depois, o mesmo anjo me convidou para o acampamento realizado pela Comunidade Shalom, o Acamp’s. A princípio, fiquei relutante, mas aceitei o convite. Ir para um acampamento foi uma vontade bem confusa, devo admitir. Convidei amigos para irem comigo, alguns deles até riram de mim, outros zombaram, dizendo: “Você em um acampamento da igreja? Não acredito que você vai durar por lá.” Quantas vezes riram ou zombaram de nós, justamente porque não entendem a dor que carregamos dentro de nossos corações? Quantas vezes? Eu decidi ir.

Eu fui. Em ritmo de aventura, sem conhecer ninguém, sem expectativa ou coisa parecida. Chegando ao lugar do acampamento, eu vi muito mato e muita lama. “Onde foi que eu vim me meter, meu Deus?” O primeiro dia foi uma dureza. Na hora do jantar, eu não sabia se eu comeria ou se seria jantado pelos insetos, que me atacavam sem piedade.

No dia seguinte, pela manhã, houve uma adoração. Vi o Santíssimo Sacramento sendo levado até o altar. Não sou digno de ficar em frente a Ele. “Sou um ferrado, sujo, pequeno, mesquinho, pecador, muito pecador, não mereço estar sob a tenda com os outros em frente ao Santíssimo”. Isso era o que se passava em minha cabeça. Vi todos os participantes ajoelhados orando, e eu pensava que nunca poderia estar lá com eles, porque “eu não era daquilo, não sei rezar”. As poucas orações que eu sabia estavam incompletas, eu não recordava de alguns pedaços e isso aumentou minha vergonha. Nem rezar eu sabia… Um servo, quer dizer, um anjo veio até mim e proferiu a seguinte frase: “Devemos dar uma chance para que a graça nos atinja”.

Aquelas palavras bateram fundo em mim. “Devemos dar uma chance para que Deus preencha o nosso coração”.  Nesse momento, meus olhos se voltaram para os servos. Todos eles estavam cansados, alguns no limite de suas forças, mas louvavam com tanta força e intensidade que me levou a uma pergunta: “O que os move?”

No momento da tarde, houve uma pregação do Seminário de Vida no Espírito Santo. Eu já tinha feito a primeira parte do Seminário de Vida, então fui para o aprofundamento e foi lá que aconteceu. Aquele era o lugar onde eu deveria estar, não só pelo que ouvi sobre o pecado e como devemos abominá-lo e a paciência para receber as graças de Deus. Mas porque depois disso aconteceu o que mudou minha vida de vez, o fato que quebrou minha armadura de ódio, dor e ressentimento: as lágrimas de uma moça. Eu não sei explicar mas, ao vê-la, tive muitos sentimentos em pouco tempo. Tudo o que eu fiz e tudo o que me fizeram de mal naquele momento ficou tão pequeno, que chegou a ponto de eu sentir, dentro de mim, que havia sumido. Embora tivessem deixado cicatrizes, os sentimentos ruins tinham ido embora.

Eu percebi que todos nós, seres humanos, têm algo a confessar a Deus, buscando perdão, uma direção, uma resposta. Sempre estamos precisando de algo. Como escrevi no início deste texto, cada um sabe da dor que traz dentro do coração. O engraçado que é tudo isso, errar e pedir perdão, cair e seguir em frente, que nos faz perfeitamente imperfeitos. Cômico. Naquela noite, pedi a Deus por aquela moça. Falei com ela depois, acho que a assustei – bem, nunca fui bom falando com senhoritas –, espero que ela não tenha ficado zangada comigo. Queria poder pegar metade da dor dela, para dividir a carga, mas com que força eu faria isso? Com que forças nós podemos suportar o peso da dor? Olhando para as estrelas, e depois de três estrelas cadentes, lembrei do que aconteceu pela manhã. Dos servos que mesmo nos limites das forças se mantinham em pé, firmes e fortes, rezando e intercedendo pelos outros. Percebi então que as forças deles não vinham de músculos ou estimulantes, mas de Deus. “Tudo posso naquele que me fortalece”. Foi uma epifania tão grandiosamente simples, que tive vontade de gritar aos quatro ventos o que tinha acabado de descobrir.

Essa descoberta me mudou mais ainda. Logo pensei que tudo tinha conquistado: faculdade, trabalho, bens, mas nada disso eu havia consagrado a Deus, por nada disso eu havia agradecido ao senhor Deus. Muito sem Deus é pouco e pouco com Deus é muito. Cheguei à conclusão de que dentro do coração das pessoas existe um vazio do tamanho de Deus e que só poderá ser preenchido por Ele. Nada do mundo poderá preencher esse vazio, somente Deus pode.

Nos dias seguintes, sentia meu coração quente, cheio de amor e ternura, via tudo com os olhos de um apaixonado. Apaixonado? Sim, tudo se tornou belo. O acampamento virou um paraíso, mato e lama eram agora fontes de risadas, assim como histórias de sapos e sustos (só quem viveu entenderá ha ha ha). Nem a chuva que virou minha barraca e molhou todas as minhas coisas conseguiu abalar minha alegria. Estranho, não?

Quando o Acamp’s estava chegando ao fim, percebi que ainda não tinha alcançado a graça que tanto pedi. Qual? Ter voz para falar o que sentia, de modo a não guardar mágoas nem ressentimentos dentro de meu coração. Questionei-me se eu tinha realmente mudado.

Estava absorto nesse pensamento sentado no salão vermelho (que não era vermelho), quando alguém, cujo nome não me recordo agora, perguntou se alguém gostaria de dar seu testemunho sobre o que tinha vivido naqueles dias. Quando ouvi aquelas palavras, comecei a tremer. Pensei em fugir, correr, cavar um buraco e me esconder dentro dele. Não sabia o motivo de tanto medo. Três pessoas já tinham ido. E eu queria ir, mesmo sem coragem, mas de súbito levantei e fui até lá. Eu estava tremendo mais do que vara verde em dia de ventania. E mais um agravante: eu tinha louvado, cantado e adorado com tanta força que estava sem voz.

“Meu Deus, e agora?” Quando olhei para frente, lá estava a moça, aquela cujas lágrimas tinham me salvado. Olhei para ela por um segundo, meu coração se acalmou. Então, segurei o microfone e, para minha surpresa, consegui falar. E falei tudo o que estava preso dentro de mim. Compartilhei com meus irmãos e irmãs a minha descoberta: Dentro do coração das pessoas existe um vazio do tamanho de Deus o qual só pode ser preenchido por Ele. Falei também outras coisas.

Para terminar minha experiência de acampamento, devo recontar uma parte de meu testemunho:
“Espero que agora, banhados pela graça de Deus, possamos voltar para nossas casas pensando em trilhar um caminho de santidade. É verdade que a vida santa é uma caminhada. Nós iremos fraquejar, nós iremos tropeçar, nós iremos cair… Mas Deus nunca desiste de nenhum de nós. E se eu, que era um ferrado, consegui chegar à conclusão de que Deus é o caminho, talvez as pessoas no mundo também consigam.”

Eu ainda não entendo muito da vida de santidade, embora agora eu tenha uma direção. Contudo, gostaria de compartilhar uma oração da qual eu sou o autor:

Oração da segunda chance
Meu Senhor e meu Deus, ouve minha prece
Escuta minha suplica, ó Senhor. Restaura em mim a paz.
Alimenta em meu coração a chama do Espírito Santo.
Faz de mim um instrumento de sua paz.
Com fé, faz de mim um portador de sua mensagem.
Que o amor e o perdão sejam mais fortes do que o ódio e o medo.
Meu Senhor e meu Deus, ouve minha prece.


Comentários

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  1. Cara, tu não sabe como eu queria que o teu testemunho fosse visto por muito mais pessoas, que somente aquelas do Acamp’s! Tava sempre esperando isso de ti. Por experiencias como esta que servimos ao Deus vivo!