Lembro bem o que estava sentindo há exatamente uma semana: medo. Medo por ficar uma semana sem notícias da minha família, medo por nunca ter acampado, medo de dar tudo errado.
Mas além de medo: desconfiança, desânimo, indiferença. “O que eu, todo fechado, vou fazer num acampamento da Igreja com um monte de desconhecidos?”, pensava. As expectativas eram das mais baixas, mas fui mesmo assim.
“Não se descreve, se sente”, já diz o célebre slogan, que resumido em uma palavra, explica a experiência da maioria daqueles jovens encantados: Indescritível. Para mim, somente um outro termo poderia substituí-la com louvor: MESOSPLENDIONÁVEL (saúde!), como orgulhosamente brada o fantástico Padre Adler Trindade.
E assim o foi; inesquecível, inebriante, inefável e uma infinidade de adjetivos que tentam explicar o inexplicável: a infinita Graça do Senhor, Nosso Deus e Pai.
Pai esse, que aprendi: é amoroso, misericordioso, eterno e sempre presente. Aprendi também que é o maior estrategista de todos e pude viver um exemplo de sua perspicácia: os seis dias de acampamento foram regados de uma chuva incessante, que em contato com a terra, só poderia deixar um sub-produto: lama.
Lama na animação, na adoração, na pregação, na missa, na efusão, no lazer, nas roupas, nas unhas e na pele. Lama no sentido literal e espiritual. Nos encontrávamos atolados, sujos, malcheirosos, perdidos… E Deus nos encontrou aonde estávamos, nos abraçou ainda sujos e nos limpou, como um pai que não se importa como nos perdemos, por estar muito feliz em nos ter de volta.
Essa foi minha experiência com Deus. Voltei para casa cansado da barraca e das roupas molhadas, da água fria do chuveiro (quando havia água) e da lama. Mas voltei novo, limpo, mudado e pronto para a caminhada que só começou. Obrigado a todos os servos, participantes, padres e a todos que fizeram (e fazem) o Acamp’s ser possível, levarei-os para sempre no coração. Shalom!
“Bom dia Jacaré, como vai?”
Guilherme Alencar, jovem que participou do Acamp’s 2020.1 de 21 a 26 de janeiro