Hoje, no dia 06 de Janeiro, a Igreja celebra o dia de Reis e a Epifania do Senhor, solenidade celebrada na liturgia do próximo domingo. Mas o que quer dizer Epifania?
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (528): A Epifania é a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e salvador do mundo. Juntamente com o baptismo de Jesus no Jordão e as bodas de Caná, a Epifania celebra a adoração de Jesus pelos «magos» vindos do Oriente. Nestes «magos», representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações, que acolhem a Boa-Nova da salvação pela Encarnação. A vinda dos magos a Jerusalém, para «adorar o Rei dos Judeus», mostra que eles procuram em Israel, à luz messiânica da estrela de David, Aquele que será o rei das nações.
A palavra Epifania vem do grego e significa “manifestação, aparição ou ainda revelação”. Portanto, eis que existem como Epifania três eventos: a Epifania a João Batista no Rio Jordão, a Epifania aos discípulos no início da vida Pública de Jesus, com o milagre em Caná e a Epifania propriamente dita perante os Magos do Oriente (narrada no Evagelho de São Mateus 2, 1-12), da qual conhecemos como Dia de Reis e celebramos no dia 6 de janeiro.
Mas quem são esses Reis Magos?
A expressão “mago” era utilizada para designar os sábios, homens que estudavam as estrelas, ou seja, eles não estavam ligados a artes mágicas e obscuras. Eram estrangeiros, mas acreditavam na Profecia da vinda do Messias e, por isso, Deus utilizou a sabedoria de suas mentes para que, por Graça Dele, eles fossem conduzidos até onde se encontrava a Salvação.
O grande doutor da Igreja, São Beda, por meio de uma inspiração, descreveu o rosto dos três reis magos, assim: “O primeiro, diz, foi Melquior, velho, circunspecto, de barba e cabelos longos e grisalhos… O segundo tinha por nome Gaspar e era jovem, imberbe e louro… O terceiro, preto e totalmente barbado chamava-se Baltazar (cfr. “A Palavra de Cristo”, IX, p. 195)”.
Segundo São Beda, os três reis magos representavam os povos. E de fato, representavam a diversidade de uma cultura. Aqueles que não vieram de um mesmo lugar. Aqueles que mesmo estando imersos em uma cultura pagã souberam reconhecer a presença do Deus Único, do Deus Vivo que se encarnou por amor a humanidade.
Ao encontrarem o Menino Deus ali, viram a Verdadeira Nobreza que se manifestava em tanto amor e humildade. A ternura de Jesus, naquele lugar simples ao qual nasceu, os fez despojar de si, de forma concreta. “Abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao Menino: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11). E diante de um gesto tão simples eles reconheceram, respectivamente, a Realeza, a Essência Divina e a Essência Humana de Deus que tomou para si todos os sofrimentos da humanidade, e, assim, eram rendidos ao Amor e a Salvação de Deus por meio da adoração ao Verdadeiro Rei.
Ir ao encontro do Salvador
A salvação de Deus não se restringe a povos, mas pelo contrário, é derramada de forma gratuita a todos. E, sim, o Senhor nos salva todos os dias, no ordinário das nossas vidas. A cada dia Ele nos concede a graça da Salvação, a cada dia o Eterno se aproxima.
Que a exemplo dos três reis magos não coloquemos limites para ir ao encontro do Salvador. Diante da Presença de Jesus, nascido em nossos corações, possamos nos despojar, humildemente, com tudo o que temos e somos. Procuremos adorá-lo e estar imersos em um verdadeiro louvor, reconhecendo a Grandeza de Deus em todos os detalhes.
Que o Espírito de Deus seja como a estrela a nos guiar e a nos colocar em profunda adoração. Pois somente diante Dele encontramos a Verdadeira Alegria. Esta é a hora! “É agora, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e verdade. Porque são estes os adoradores que o Pai procura”. (Jo 4,23). O Senhor vem ao nosso encontro, Ele nos procura. Alegremo-nos, pois a Salvação se manifesta para nós!
Marlinda Figueirêdo
Obra Shalom