Dom Anuar Battisti
Todos sabemos que “dies dominica”significa “dia do Senhor”. Como na lei do Velho Testamento, havia, pordeterminação divina, o sétimo dia da semana – sábado – como dia dedescanso, dedicado à oração e ao culto de Javé, no Novo Testamentotemos o domingo, isto é, o dia especial para nos colocarmos diante denosso Deus, dedicando-nos ao culto divino.
Poristo o domingo é um dia de abstermo-nos dos trabalhos pesados ededicarmo-nos ao culto latreutico de Deus. Esta práxis é dos temposapostólicos, por ser o primeiro dia da semana – o domingo – o dia dagloriosa ressurreição de Jesus Cristo. Dia portanto santificado.
Avida moderna tem exigências que invadem o domingo, dia de descanso, eobriga muitos cristãos a trabalhar. Como por exemplo, tirar os meios detransporte no domingo? Fechar os hospitais e as farmácias? O mesmo sedá com as casas de lanche e os restaurantes.
Paraestes que, por dever de atendimento ao povo, não podem deixar otrabalho, que é necessário para grande número de cidadãos, a Igreja,compreensível como mãe, concedeu a permissão de celebração de missas depreceito também nas tardes dos sábados, o que antes não havia comosabemos todos os mais velhos.
Mas,ao lado destas exigências da vida moderna, há muitos, muitíssimos! –que mesmo com as facilidades religiosas atuais – desleixadamente nãocumprem seus deveres religiosos, sobretudo a participação na missa, semse lembrarem de nosso Deus, indiferentes e despreocupados. Muitos só selembram de Deus, criador e pai, nos momentos de provação e dedificuldades. Triste!
Convéminsistir com quem ainda guarda uma tênue lembrança de Deus e umabruxuleante chama de amor ao Criador, que Deus é amor e que, tendo-noscriado por imensa misericórdia, tem o direito de ser lembrado, amado ecultuado. Este direito de Deus gera no ser humano a obrigação indispensável de amá-lo e servir-lhe com filial amor.
O domingo é, sem dúvida, dia de descanso, de conveniência familiar, de relacionamentos amigos, mas é – antes de tudo – o Dia do Senhor.O sentimento mais grosseiro e brutal no coração humano é a ingratidão.Não sejamos assim com nosso Deus, que é pai e, por isto, merece nossoamor e nosso serviço. Amor, não de palavra, mas de ação e de verdade.