Hoje é o Dia Internacional da Voz e cantar é o sonho de muita gente. Mas será que basta só soltar a voz para cantar como missão? Este sonho, que também é serviço, comporta grandes produções e recursos, muito profissionalismo e confiança na divina providência. Acompanhe, a seguir, o testemunho de Suely Façanha, cantora que tem como missão a música e que já enfrentou muitos desafios com a saúde da própria voz. A missionária irá narrar a sua história em primeira pessoa a partir de agora.
A música, a voz e a evangelização
Desde que conheci Jesus, a música tomou um lugar cada vez maior na minha vida. Cantar pra mim passou a ser mais do que um prazer, passou a ser uma missão, uma obrigação, um dever de amor. Os testemunhos começavam a chegar: vidas transformadas pela força do amor divino, pessoas que redescobriram a esperança e a força de viver, ou mesmo o sentido da vida. Valeria então a pena qualquer sacrifício para manter a missão, ainda que ela me custasse muito.
Foi então que a música começou a me comprometer cada vez mais. Comprometer a minha alma, a minha vida, o meu tempo, as minhas relações e a minha família. Renunciei os planos pessoais pela evangelização. E assim vivo até hoje. Já são quase 30 anos! Tantos sacrifícios já foram feitos! Já passei por tantas perdas e por tantas provas, já deixei de usufruir de tantas coisas boas para estar disponível para missão! E hoje posso dizer: vale a pena gastar a voz pelo Reino dos Céus.
No início da música da Comunidade Shalom, não usávamos o termo “artistas”, mas “ministros”. Artistas não eram apenas os que faziam arte, mas também aqueles que tinham uma vida “nada ortodoxa”, para ser bem sucinta. Com o tempo, nossa compreensão foi mudando e passamos a entender que éramos artistas sim e que o Senhor tinha uma missão bem concreta para nós, que abrangia o sentido mais profundo da palavra.
Precisaríamos entender que o verdadeiro sucesso seria a fidelidade ao carisma da vocação que generosamente nos foi dada, e não a quantidade de aplausos. Não precisaríamos ter receio de aparecer, como no passado tínhamos (pelo desejo de viver a humildade e por medo de cair na tentação do orgulho), mas que seria mesmo necessário anunciar em todas as oportunidades a pessoa de Jesus Cristo.
Nunca pensei em viver nada isso: meu sonho era trabalhar no ramo empresarial, iria me formar em Administração de empresas. Mas o Senhor mudou tudo! Me deu a missão de salvar almas através da minha voz. E é assim que termino aqui minha partilha, dizendo que usar toda a potência da minha voz é, para mim, salvar almas para o Reino dos Céus. Eu não quero ter uma carreira, quero resgatar e socorrer e evangelizar o homem que sofre. Cresce cada dia mais meu desejo de, apesar de minha tão grande pequenez, me colocar a serviço do Cristo que um dia me conquistou e me consagrou para si. A voz do cantor católico é, portanto, uma oblação, um potente instrumento de consolação para a humanidade.
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