Fiéis de diversas partes da cidade se reuniram no Retiro de Semana Santa promovido pela Comunidade Católica Shalom, no Rio de Janeiro, que neste ano teve como tema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5).
Durante o retiro, Dom Catelan, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, conduziu uma pregação centrada na experiência de Maria no Sábado Santo — dia de silêncio, recolhimento e esperança. Ele refletiu sobre como a Virgem Maria viveu aquele momento entre a crucifixão e a ressurreição de Cristo.
“Enquanto os discípulos estavam abatidos pela decepção, Maria, mergulhada na dor do luto, manteve viva a esperança. Ela não sabia como Deus realizaria sua promessa, mas sabia que Ele a realizaria. Não sabia como seria a ressurreição, mas confiava que ela viria. Guardava a Palavra no coração, e isso bastava”, afirmou Dom Catelan.
Segundo o bispo, a esperança que sustentava Maria naquele momento é a mesma que sustenta todo cristão: “A atitude mais característica da Virgem naquele sábado silencioso foi a esperança. Como diz São Paulo, a substância da fé é a esperança. Aquilo que cremos, esperamos. E aquilo que esperamos, cremos. O conteúdo da esperança de Maria era a ressurreição.”
Dom Catelan destacou ainda que a fé de Maria não era passiva, mas profundamente ativa e confiada ao mistério de Deus: “Ela aguardava a revelação da plenitude de Deus em seu Filho e, depois, o extravasamento dessa graça sobre o mundo inteiro, por meio da Igreja, batizada no Espírito.”
Para ele, meditar sobre o coração de Maria no Sábado Santo é uma forma de aprender a esperar em Deus, mesmo nas maiores dores: “Olhando para a Virgem Maria nesse sábado, com a ajuda da graça e da Palavra de Deus, procuramos compreender o que se passa no seu coração e na sua alma. É nesse lugar que encontramos a esperança, aquela que nos torna familiares de Deus”, explicou.
O bispo também recordou o amor de Deus revelado de forma radical na cruz: “Maria sabia até onde vai o amor de Deus. Sabia que, mesmo quando viu a pedra selar o túmulo de seu Filho, tudo aquilo fazia parte da revelação. Não eram fatos desconexos ou ao acaso. Era o próprio Deus conduzindo a história da salvação, revelando, pelo Filho Amado, a profundidade de Seu amor.”
Ao final, Dom Catelan convidou os fiéis a renovarem o olhar diante do sofrimento e a abraçarem a esperança.