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É possível ser consagrado e ter depressão?

Devido à situação dos último anos, muitas pessoas foram diagnosticadas com depressão, Transtorno de ansiedade, Síndrome do pânico, síndrome do pensamento acelerado e outras doenças mentais pós traumáticas. Mas como viver esta realidade diante da eleição de Deus?

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Nos últimos anos, temos visto consagrados e religiosos sendo acometidos por doenças mentais. Depressão, ansiedade, síndrome do pânico e outras. Para muitos, “estar na igreja”, ter uma vida de oração, se envolver no trabalho do Reino é o suficiente para que uma pessoa não desenvolva algum tipo de transtorno mental. Esse pensamento não tem lógica pela simples questão de que elas acontecem em dimensões diferentes de uma pessoa.

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Não entendeu? Certo. Antes de responder a essa questão, vou esclarecer alguns pontos a respeito do ser humano!
Em primeiro lugar, o ser humano é composto por três dimensões: corporal, psíquica e espiritual. Cada dimensão não existe sozinha e depende uma da outra para se manifestar.

As dimensões do ser humano

Dentre as três, a única dimensão que não pode adoecer é a espiritual. Nela está a parte transcendente do homem, o sentido da vida, a liberdade, a responsabilidade, entre outras. A religião também se encontra nessa dimensão, contudo, vale ressaltar que dimensão espiritual não é composta apenas pela religião, mas também abarca essa realidade.

Já as outras duas dimensões podem adoecer, tanto a corporal como a psíquica. Na dimensão psíquica estão os pensamentos, as cognições, os sentimentos, os desejos. Nessa parte, devido a uma série de fatores diretos ou indiretos, a pessoa pode ser acometida por um transtorno mental.

Mas o que são os transtornos mentais?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “ o transtorno mental é uma disfunção da atividade cerebral que pode afetar o humor, o comportamento, o raciocínio, a forma de aprendizado e maneira a de se comunicar de um indivíduo”. 

Então, ter um transtorno mental pode não afetar a dimensão espiritual de uma pessoa. Apesar das dimensões estarem ligadas uma à outra, a dimensão espiritual não adoece, como já foi dito. Portanto, uma pessoa pode sim ter um transtorno psiquiátrico e, ainda assim, permanecer com sua espiritualidade.

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Cabe ainda destacar que ter um transtorno mental não impede a pessoa de continuar sendo ela mesma. Para além da dimensão psíquica, o ser humano se reconhece homem a partir da dimensão espiritual pela transcendência. Os transtornos mentais devem ser tratados e cuidados, mas nunca deve se perder de vista a pessoa que está ali e que é bem maior que qualquer enfermidade que está padecendo.

Enquanto consagrados, temos o dever de cuidar de nossa espiritualidade, mas também de nossa saúde mental. Ela é essencial para vivermos de maneira mais plena a nossa dimensão mais profunda, a espiritual, a que nos faz reconhecer enquanto pessoas capazes de amar, de servir e de sofrer.

 

Liza Studart 
Consagrada Comunidade de Aliança
Psicóloga CRP 11/17359 
Logoterapeuta com formação em suicidologia

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