Formação

Ele julgará os vivos e os mortos

Entenda o que o Catecismo da Igreja ensina sobre o juízo final.

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Foto: Reprodução. Juízo final de Michelângelo – Capela Sistina.

Quando a Igreja professa sua fé por meio da oração do “Credo” ela declara que o Senhor Jesus Cristo, que subiu aos céus, cheio de poder e glória, no momento oportuno julgará os vivos e os mortos. O Catecismo dedica, então, alguns tópicos para esclarecer os fiéis a respeito desse profundo mistério:

 “A ascensão de Cristo aos céus significa a sua participação, na sua humanidade, no poder e autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: Ele possui todo o poder nos céus e na Terra. Está ‘acima de todo principado, poder, virtude e soberania’, porque o Pai ‘tudo submeteu a seus pés’ (Ef 1, 20-22). Cristo é o Senhor do cosmos e da história, N’Ele, a história do homem, e até a criação inteira, encon­tram a sua ‘recapitulação’, o seu acabamento transcendente” (CIC 668).  

Essas exposições tão convictas, declaradas pela Igreja, apoiam-se na promessa que o próprio Salvador do mundo fez aos seus discípulos: “Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,20). Estas palavras tão encorajadoras dão-nos a certeza de que não estamos sozinhos diante dos problemas, desilusões, sofrimentos, dúvidas e crises da vida.   

O Catecismo diz:

A redenção é a fonte da autoridade que Cristo, em virtude do Espírito Santo, exerce sobre a Igreja. ‘O Reino de Cristo’ já está misteriosamente presente na Igreja, ‘gérmen e princípio deste mesmo Reino na Terra’ (CIC 669). Essa é a base da fé, onde a Igreja edifica e apoia sua autoridade como promotora da obra de redenção de Cristo, seu Mestre e Senhor. 

Esperança pela eternidade

Quando a fé é vivida de forma pessoal e comunitária, o Reino de Deus é antecipado. A esperança que um coração fiel precisa desenvolver a respeito dos fins dos tempos deve passar longe de uma atitude ansiosa e tensa. Mas cultivar uma vigilância que brota do amor. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: “Eu sei, se eu pensar no amanhã, verei a minha inconstância, só quero viver o hoje.” Esse também é um bom conselho para todos nós. Por isso, o Catecismo ensina: 

Desde a Ascensão, o desígnio de Deus entrou em sua consumação. Estamos já na ‘última hora’ (1Jo 2,18). ‘Já chegou, pois, a nós, a plenitude dos tempos, a renovação do mundo já está irrevogavelmente adquirida e, de certo modo, encontra-se já realmente antecipada neste tempo: com efeito, ainda aqui na Terra, a Igreja está aureolada de uma verdadeira, embora imperfeita, santidade’. O Reino de Cristo manifesta já a sua presença pelos sinais miraculosos que acompanham o seu anúncio pela Igreja” (CIC 670)

A partir da ascensão, a vinda de Cristo na glória está iminente mesmo que não nos ‘pertença saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade’ (At 1,7). Este advento escatológico pode realizar-se a qualquer momento, ainda que esteja ‘retido’, ele e a provação final que o há de precedê-lo” (CIC 673). A vigilância é um bom e santo conselho. Porém não deve ser tensa ou ansiosa, mas antes uma escolha amorosa de serviço a Deus nas pequenas oportunidades. 

Senhor da vida eterna

Outra declaração presente na profissão de fé é a de que: ”Cristo é Senhor da vida eterna. O pleno direito de julgar definitivamente as obras e os corações dos homens pertence a Ele enquanto redentor do mundo. Ele ‘adquiriu’ este direito pela sua cruz. Por isso, o Pai entregou ‘ao Filho todo o poder de julgar’ (Jo 5,22) (CIC 679). Em outras palavras, a condenação ou o fracasso na busca do Céu é resultante da recusa de Cristo e de Seu projeto redentor. 

Que essas orientações da Igreja, então, nos ajudem a professar com mais fé: “Creio em Jesus Cristo, seu único filho e nosso Senhor.” Mas nos ajudem também a expressar essa mesma convicção com obras concretas de fé, pois a fé sem obras é uma fé morta (cf. Tg 2,14-26).

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