Conheci o Shalom há dois anos em um retiro para universitários. Na época tinha 22 anos, namorava, já trabalhava e havia terminado a minha faculdade. Eu pensava que tinha tudo o que eu queria e precisava, porém naquele retiro eu vi através dos missionários que ali estavam que eu nunca tinha experimentado a verdadeira felicidade.
Desde de pequena eu ia à Igreja com minha irmã mais velha, porque a minha mãe exigia isso de nós, mesmo não participando. Para mim aquelas Missas não significavam nada, a catequese, os grupos na paróquia em nada me atraíam, queria estar em todos os lugares menos na Igreja. Aquele amor que todos falavam na Igreja e que minha irmã dizia que sentia, eu nunca havia sentido, então eu achava que Deus não gostava de mim e por isso fui crescendo e me interessando pelas coisas que o mundo oferecia.
Uma desculpa que resultou em uma grande experiência
Fui para o retiro de universitários como uma forma de passar o fim de semana fora de casa. Naquela época eu achava que tinha tudo, mas eu vi que me faltava o Amor de Deus. Eu via a alegria dos missionários mesmo longe de casa, que deixaram todos os seus bens e planos por amor a Deus, pessoas sem nada, mas que tinham uma alegria que nunca tive, logo eu que julgava ter tudo.
“A partir daquele retiro a minha vida deu uma virada de 180º, tudo mudou, eu encontrei aquilo que me faltava , eu descobri o sentido de tudo, o sentido da minha vida: Deus!”
Uma urgência
E ele tinha urgência na minha conversão, a partir daí passei a frequentar a casa Shalom e passava muito tempo com os missionários. Tudo respirava Deus, tudo falava do seu a amor e cuidado por mim, de sua misericórdia, e logo fui convidada a participar do núcleo do primeiro grupo jovem da missão, meus sentimentos eram de alegria e constrangimento perante a eleição de Deus em minha vida, ele me confiava muitas coisas mesmo conhecendo minha fraqueza.
Um mês em Fortaleza
No ano passado tive a graça de ir para Fortaleza participar da Escola de Líderes Ronaldo Pereira e foi o melhor mês da minha vida! Ir aonde o Shalom nasceu, ver os lugares que são marcos da minha Comunidade foi uma forte experiência de me sentir parte do Shalom.
“A morte tem que haver em nós para que aja vida nos outros” foi uma frase que me marcou muito. Falavam muito isso no Halleluya e nos últimos dias da escola eu pude ver o quanto isso é verdade, as dificuldades de estar longe de casa dos pais, em adaptar se a uma rotina totalmente diferente, o serviço no Acamp’s de Fortaleza, tudo isso gerou vida a vários jovens que passaram no acampamento e também nos jovens do meu país. Puder ver que vale a pena dar tudo a Deus, morrer para que outros tenham vida.
Hoje minha vida tem muito mais sentido porque eu encontrei Aquele que não passa. Eu encontrei o amor da minha vida! Sou vocacionada e participo da Secretaria Jovem da Missão testemunhando a outros jovens esse amor que me salvou e que me salva todos os dias.
Suila Cindira, membro da Obra Shalom de Cabo Verde