Neste tempo de ondas turbulentas que agitam a história da humanidade, nos sentimos como embarcações pequenas e sem muita resistência em um oceano violento de constatações não muito favoráveis.
Quando estamos em alto mar e o barquinho frágil da nossa existência sacode com força, fica difícil acreditar que vamos resistir. Na noite escura, a navegação parece ainda mais difícil. Não vemos o porto — a terra firme está longe.
As profundezas do mar parecem um risco constante. Como manter a calma?
Nos tempos antigos, quando ainda não haviam instrumentos modernos de navegação, os marinheiros costumavam ser guiados pelos próprios elementos da natureza, que traziam segurança e ordem, ainda que as tempestades invadissem a embarcação.
Os grandes navegadores chegaram até os continentes mais longínquos, expandiram os seus impérios com coragem, ousadia, determinação. Foi assim que a verdadeira religião chegou aos confins da terra.
Diante das pestes e enfermidades que atingiam os viajantes, a união e o cuidado mútuo fortaleciam os laços durante a travessia. É verdade que nem todos resistiam. Mas a morte não era o maior temor dos corajosos navegantes, mas a impossibilidade de chegar na terra prometida. Isso sim trazia medo.
A terra prometida.
Em nossa existência, muitas vezes, atordoados com as ondas altas que balançam a embarcação da nossa vida, esquecemos que temos uma meta. E vivendo agitados, como barcas que não possuem instrumentos de navegação, nos perdemos em meio ao oceano violento.
Parecemos esquecer que Alguém olha pela nossa rota. E não somente olha, como tem a capacidade de nos reconduzir quando estamos verdadeiramente perdidos. Não estamos sozinhos.
Com medo, naufragamos. A incerteza assusta, não é verdade?
Naufragamos por falta de fé. Por achar que a nossa embarcação não foi feita para o mar, quando na verdade é somente lá que ela tem uma razão de ser.
Você já parou para pensar que a sua existência é como um barco que está em movimento, construindo uma narrativa cheia de aventuras, altos e baixos?
Será que você sabe para qual destino ele está se deslocando?
Você tem contado com a ajuda do seu Criador, que conhece cada peça e sabe concertar aquilo que te leva a afundar?
Neste tempo turbulento que a humanidade atravessa, que possamos fazer uma reflexão: Eu tenho uma rota definida e a embarcação da minha vida se adapta às circunstâncias imprevisíveis, ou por não saber onde quero chegar, sou como um náufrago diante das ondas que empatam o meu campo de visão?
Precisamos lembrar que a tempestade é passageira. Vivemos de promessas, guiados por Aquele que constrói o nosso itinerário com constante dedicação.
Que neste tempo de incertezas e tribulações, você redescubra o valor da embarcação da sua vida e recalcule a rota quantas vezes for necessário.
A terra prometida lhe espera, meu caro. Não desista até conquistar aquilo que é verdadeiramente seu.