Formação

Entenda a diferença entre Castidade e Celibato

Neste artigo, o missionário da Comunidade Vida João Carlos explica a diferença entre os estados de vida e o chamado universal à Castidade.

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Quem aqui já se perguntou se voto de castidade, celibato consagrado e sacerdotal é tudo a mesma coisa ou se cada um tem seu jeito, modo de resposta, vivência ou até finalidade? Eu já! Conheço também muita gente que já se fez esta pergunta e acredite, é uma dúvida muito mais frequente do que você imagina! Digo mais, ainda tem muita gente que confunde a castidade que todo batizado é chamado a viver com o voto de castidade presente na vida dos religiosos, leigos consagrados e sacerdotes.

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Mas, vamos lá, vamos dar um passo de cada vez para entendermos um pouco mais. Antes de tudo é importante saber que todo cristão independente de seu estado/forma de vida na Igreja é chamado a viver a castidade como virtude. Ela diz respeito a todos, porque todos têm necessidade de amar de maneira autêntica e indivisa. A grande graça de uma vida casta, de um homem e de uma mulher que vivem a castidade é a integridade, uma vida que não é fragmentada pelas inúmeras violências que o pecado causa na alma. 

Sim, a castidade é virtude e como tal deve ser exercitada, fortalecida, ela não brota do nada. Não sejamos ingênuos pois a ingenuidade muitas vezes é a porta por onde nos roubam a pureza. 

“A castidade implica uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana.” Catecismo da Igreja Católica , 2339

E o voto de castidade presente no celibato?

Bem, aí a coisa fica ainda mais bela! A castidade como voto está relacionada à vida religiosa, celibatária e sacerdotal, engloba entre outros pontos a renúncia do exercício da genitalidade. Como assim? Entendamos: A castidade como virtude, não necessariamente traz esta renúncia, pois obviamente os cônjuges, após o casamento, fazem uso de sua genitalidade doando-se um ao outro no amor que os tornam  fecundos e abertos à vida. Um homem e uma mulher solteiros são chamados a guardar a continência sexual, até o dia de se entregarem ao seu esposo ou esposa após o casamento, onde a castidade será expressada sobretudo na fidelidade, respeito e integridade.

Já os padres, freiras e leigos consagrados, vivem numa outra lógica. A lógica do Reino dos céus onde Cristo será tudo em todos e viveremos unicamente para Ele. O voto de castidade professado livremente, traz o compromisso de viver unicamente para Cristo, abrindo mão de construir uma família humana sobre esta terra e ser sinal do céu no mundo.

Em resumo podemos afirmar que: A castidade diz respeito a todos e como virtude, deve ser exercitada, fortalecida. Já o celibato, que traz em si um voto, é uma forma particular de seguimento a Cristo, é um chamado vocacional a estar mais estreitamente unido ao Senhor em vista de uma missão. 

Então, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. 

Brincadeiras à parte, é muito bonito ver que Deus nos criou para o amor, pois nos criou à sua imagem e semelhança e Deus é amor. A castidade nos guarda no amor real, aquele que lemos em Coríntios 13, portanto nos guarda em Deus. Termino dizendo algo que aprendi de um sacerdote: Se você quiser ser casto, busque ser antes de tudo humilde, pois a humildade é a mãe de todas as virtudes, assim como o orgulho é pai de todos os vícios. 

Deus nos abençoe e nos guarde. 

João Carlos
Consagrado Comunidade de Vida Shalom
Celibatário com votos perpétuos


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