Final de 2019 me vi nesse cenário de um cansaço que parecia infinito. Choro entalado na garganta, cabeça doendo, o corpo moído, e uma vontade louca de gritar: CHEEEGAAAAAA! Vou ficar louca desse jeito! Estou no meu limite!
Mandei uma mensagem quilométrica para uma amiga (um podcast na verdade), falando tudo o que eu pensava e sentia na hora. Ela me respondeu, tentou me consolar, me falou das decisões que ela tinha tomado quando se viu da mesma forma, no intuito de me dar luzes pra sair daquele estado e… nada!
Não queria dar ouvidos ao que ela me dizia. E além do mais, pensei: “nossas vidas não são iguais. Não dá para comparar. Porque que eu fui inventar de falar com ela? Ela nem da Comunidade é! Não vai me ajudar em nada, porque ela não entende a minha vida, não sabe o que eu vivo. Pode ter servido para ela, mas para mim é o mesmo que nada!”
Depois, claro, fui pra “murmuração pessoal”, que de oração não tinha nada, e lá fui eu chorar as pitangas e rezar meu rosário de lamentações, contar todas as minhas situações de cansaço (e vitimismo também) com Deus.
E sabem o que eu ouvi?
DÉBORA, VOCÊ ESTÁ CANSADA PORQUE ESTÁ DISTRAÍDA. QUEM AMA NÃO SE CANSA!” Toma, distraída!
Fui pensar direito nisso aí e me dei conta que o meu cansaço era fruto do meu egoísmo gritando e saindo pelos poros… Diante de mim estavam também meu orgulho em não querer pedir ajuda, e minha vaidade, achando que eu poderia sustentar a ilusão de dar conta de tudo sozinha por muito tempo…
Claro que, fisicamente nos cansamos, mas se a gente parar mesmo pra pensar e avaliar nossos motivos de cansaço, nem sempre eles são justos ou honestos… às vezes essa tríade é que toma as rédeas da cabeça e do coração, e a gente acaba ficando cego, acreditando nas nossas mentiras, e, ainda por cima, querendo culpar Deus e o mundo por isso…
Resumo da ópera: meu cansaço, esse de querer chutar o balde, como dito acima, foi fruto do orgulho, vaidade e egoísmo. E você: o que tem te cansado? Seu cansaço é justo ou é fruto de suas fraquezas?