Formação

Eucaristia

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A Eucaristia é realidade permanente enquanto sacramento, na Hóstia, na Comunhão, no sacrário (A hóstia depois de consagrada é sempre o Corpo de Cristo, é verdadeiramente Cristo que permanece ali. Não só no momento da consagração, mas enquanto ela existir, enquanto não for consumida). E é realidade transitória enquanto sacrifício, na Missa, no momento da consagração (o sacrifício acontece na consagração, Cristo que se oferece ao Pai).

O Sacramento onde Cristo Se dá a nós, tem por fim primário a santificação do homem. O sacrifício, onde Cristo Se oferece a Deus como oblação, tem como fim primeiro a glorificação de Deus.
No sacrifício uma vítima é oferecida para dar testemunho do domínio de Deus. A vítima é totalmente oferecida a Deus, quem oferta se priva deste bem em honra Dele. Na Antiga Aliança com os sacrifícios que o povo de Deus fazia no templo se prefigura o sacrifício de Jesus em sua morte de Cruz.

O sacrifício de Jesus é único. Não se repete. Na missa nós o atualizamos, fazemos presente o mesmo e único momento da paixão, morte e ressurreição de Jesus. A Eucaristia torna presente o sacrifício da Cruz.
A Eucaristia é o próprio Corpo de Cristo e nós somos, pelo nosso batismo, seu corpo místico, ao ser este corpo apresentado ao Pai em sacrifício, nós também estamos sendo oferecidos, com Jesus, ao Pai em sacrifício por toda a humanidade.

A Missa
“A missa é ao mesmo tempo memorial do sacrifício de Cristo e banquete sagrado da Comunhão do Corpo e Sangue do Senhor” ( CIC n. 1382). A missa tem uma estrutura que se conservou desde os primeiros séculos. E são basicamente dois momentos fortes: A Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística.

Desde o início da Missa, são os fiéis convidados a participar dos “sagrados mistérios”, e para se tornarem menos indignos são exortados a reconhecer as próprias culpas. Conclui o sacerdote: “Deus onipotente e misericordioso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna”. Eis a preparação mais adequada para a celebração eucarística prestes a se iniciar e, também, seu dom antecipado “porque todas as vezes que celebramos… este sacrifício, cumpre-se a obra de nossa redenção” (MR II dom. T. C.).

Em todas as missas, são aplicadas aos fiéis os frutos da oblação de Cristo: a remissão dos pecados e o dom da vida eterna iniciada já neste mundo com a vida da graça. Acima de tudo, porém, é o sacrifício eucarístico “ação de graças”, pelo que se apressa o celebrante em entoar o festivo hino de louvor e agradecimento, prosseguido por todos fiéis: “Glória a Deus nas alturas”. Significativo é que o primeiro motivo deste louvor, não são os admiráveis dons com que nos cumula o Altíssimo, mas a grandeza, a própria glória de Deus em que se compraz a Igreja: “Nós vos louvamos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória”.

É, a glorificação de Deus, o fim primário da Santa Missa e se realizará do modo mais perfeito quando, após a consagração, puderem os fiéis oferecer ao Pai a Eucaristia: Cristo-Vítima para sua glória… À proclamação da palavra de Deus, nas leituras da Missa e na viva voz do sacerdote, segue-se a oferta dos dons e a apresentação da matéria para o sacrifício: preciosos momentos de recolhimento mui propícios para associarem-se intimamente os fiéis à ação sagrada, na qual são chamados a exercer seu sacerdócio santo: Para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo, em sua oblação, e os ofereça ao Pai, “como holocausto vivo, santo, agradável” (O texto em itálico foi extraído da Intimidade Divina, do Frei Gabriel de Santa Maria Madalena, O. C. D. . São Paulo: Ed. Loyola, 1990)
O Amor de Jesus por nós

Jesus foi obediente ao Pai, foi obediente até a morte e morte de Cruz, num esvaziamento total de Si. Sendo Deus rebaixou-se, morreu a pior morte. Não há como separar o sacrifício da Cruz, do sacrifício eucarístico. É o mesmo mistério de um Deus tão grande, infinito, que desce, que se rebaixa a sua criatura.

O amor de Jesus o impele a nós. E tomado de amor, não querendo separar-se de nós, quis Ele dar-se continuamente, quis estar perto do homem, mais que isso quis comungar com o homem, entrar nele, transformá-lo em Si.

Este amor fez Jesus instituir a Eucaristia. Aniquilar-se completamente se colocando em nossas mãos, sob as espécies do pão e do vinho. O Verbo de Deus, que é Deus de Deus, gerado desde toda eternidade faz-se presente diante dos nossos olhos em um pequenino pedaço de pão. O Todo-poderoso, por amor, faz-se frágil, se coloca sob a fraqueza dos homens.

Aquele que é infinitamente bom, confia inteiramente no homem ao ponto de se deixar levar de um lado para o outro, como se fosse apenas pão. Aquele que é a liberdade deixa-se aprisionar em um sacrário a mercê dos homens. Aquele que é Amor, se põe ao nosso alcance como mendigo do nosso amor pobre.

Perceber isto, contemplar esta realidade, deveria ser o suficiente para curar todas as nossas feridas, para curar todo o desamor, toda a rejeição. Ele corre a nós para se dar em amor e porque é sedento do nosso amor. E tudo isto acontece pela Eucaristia.


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