Igreja

Conheça a família numerosa que será beatificada pela Igreja

Conhecidos como os “samaritanos de Markowa”, a família Ulma inteira, incluindo um nascituro serão elevados como beatos, devido ao martírio sofrido.

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Iliustração :Marek Bazak | East News

No próximo dia 10 de setembro uma família polonesa que foi massacrada por abrigar judeus durante a Segunda Guerra Mundial será beatificada. O fato é inédito para a história da Igreja. A família polonesa Ulma inteira será beatificada devido ao martírio sofrido em decorrência do ódio contra a fé. Os futuros beatos são: pais Jozef e Wiktoria e os filhos Stanisława, 7 anos, Barbara, 6, Władysław, 5, Franciszek, 4, Antoni, 2, Maria, 1 ano e meio, e o bebê que ainda estava no ventre. Wiktoria estava grávida de 8 meses no dia do assassinato. São, portanto, nove beatos, assassinados pelos nazistas em 1944.

Esta numerosa família de servos de Deus, que aguarda a beatificação, é para nós um exemplo de fidelidade a Deus e aos seus mandamentos, no amor ao próximo e no respeito pela dignidade humana”, referiu Francisco.

Fatos da família

Os poloneses, conhecidos como os “samaritanos de Markowa” porque eram movidos pelo mandamento do amor e pelo exemplo do Bom Samaritano, foram massacrados pelos nazistas por terem abrigado oito judeus durante a Segunda Guerra Mundial. São exemplo de coragem, fé e sobretudo amor ao próximo, “caridade que não conhece limites, capaz de abalar até o mais duros dos corações”, afirma o Padre Witold Burda, postulador da Causa de Beatificação e sacerdote da Arquidiocese de Przemyśl dos Latinos.

Em nove anos de matrimônio, Józef e Wiktoria tiveram seis filhos que “educaram sabiamente com espírito de fé e amor“, afirma o postulador, “uma fidelidade diária aos dois maiores mandamentos: o do amor a Deus e o do amor ao próximo“. A união da família participava da missa todos os domingos e as orações em casa que o casal rezava diariamente com os filhos nos lembram a importância da educação que recebemos. “Tudo começa na família: se começa com a vida, se continua com a educação“, continua o padre.

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No dia 17 de dezembro do ano passado, durante uma audiência com o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, o Papa Francisco aprovou um decreto sobre o martírio da família Ulma, da cidade de Markowa, na Polônia. O site oficial do Dicastério para as Causas dos Santos destaca:

“Veneráveis Servos de Deus Jozef e Wiktoria Ulma e seus sete filhos († 24 de março de 1944). Os esposos e seus sete filhos foram assassinados por ódio à sua fé em 24 de março de 1944. Embora cientes dos riscos e em meio a dificuldades financeiras, eles esconderam uma família judia em casa durante um ano e meio. Quando descobertos, todos foram assassinados, incluindo a criança em gestação no ventre de Wiktoria.”

Família mártir 

Para alguém ser reconhecido como santo e mártir, é necessário, entre outros requisitos, que o candidato tenha decidido voluntária e sinceramente dar a vida por outro, e que, antes da morte, tenha praticado as virtudes cristãs, tenha reputação de santidade e, finalmente, que, após a morte, seja comprovado um milagre pela sua intercessão.

A decisão heroica do casal Ulma de acolher uma família judia custou a vida do casal e também a dos filhos, que, dadas as respectivas idades, mal podiam entender do que estavam participando e o que estava acontecendo. Por isso, todos os integrantes da família são considerados pela Igreja como mártires assassinados em decorrência da fé e por seguirem heroicamente a Cristo.

“Batizados ou não, são todos santos”

A frase foi afirmada pelo postulador da causa que explicou sobre o batismo do nascituro ser algo desejável pelo casal. “No caso do caçula, não se trata mais de esperança de salvação, mas de certeza, pois a criança recebeu o batismo de sangue ao sofrer o martírio ainda no ventre da mãe”, finaliza.

 Além disso, o caso do filho ainda nascituro, que receberá a honra da beatificação em pé de igualdade com os pais e os irmãos batizados, constitui uma premissa crucial para a reflexão da Igreja sobre o destino das crianças que morreram antes do batismo.

A Igreja manifestará, neste ato de beatificação, a absoluta e inabalável certeza da santidade da criança. O reforço deste esclarecimento é gigantesco. A Igreja também reconhece e adota o conceito de “batismo de desejo”, ou seja, a situação em que os pais desejam batizar seu filho, mas são impedidos de fazê-lo por algum motivo.

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