D. Carlos Alberto Navarro
Os inimigos invadiram o convento, violentaram as religiosas. Várias delas ficaram grávidas. O fato sucede-se em combate entre as etnias, Em todas as guerras, aliás sucedem-se fatos análogos. E vem a pergunta: "E neste caso, é possível o aborto?". Uma jovem, após anos de namoro e noivado, vai se casar. É assaltada, estuprada, engravida. "E neste caso, é possível o aborto?".
A resposta exigiria longas considerações. Não temos aqui o espaço suficiente. Afinal, como a Igreja aconselha a religiosa em situação semelhante ao acima descrito? A freira não pode abortar. Deve dar à luz aquele pequenino ser, inocente do crime do pai. Após seu nascimento, há duas opções. A freira sente nascer o desejo de criar o seu filho e deixa o mosteiro para fazê-lo. Ou então, escuta falar mais alto sua vocação de consagrada; dá seu filho para que outros o adotem.
Dirá alguém: Isto é uma maldade! Eu não tenho coragem de dar meu filho!". Outro responde: "Muito bem! Então o que você prefere fazer?". A única alternativa que sobra como resposta é: "Prefiro matá-lo!" (Em outras palavras, decide abortá-lo!)
Imaginemos que os homens tivessem inventado a máquina capaz de substituir a mãe gestante. Logo após a fecundação, alguém pediria licença, extrairia da mãe o ovo fecundado e o colocaria neste novo aparelho. Nove meses depois voltaríamos para descobrir o que foi gerado. Seria um sapinho? Um macaquinho? Uma couve-flor? Não! Encontraríamos um menino ou uma menina. A conclusão lógica é que se nasceu um ser humano, é que desde o inicio já era uma pessoa, só lhe faltavam as condições para desabrochar plenamente. Não era mais o "corpo da mulher" (Como dizem certas feministas). Ela é no máximo, dona de "seu" corpo, não porém do corpo de seu filho.
Todos nós – eu e os leitores inclusive – já tivemos 8 meses, 3 meses, 7 semanas, 5 horas. Se nossos pais tivessem pensado em nos eliminar não estaríamos aqui. Felizes os abortistas de hoje! Eles deveriam, pelo menos, agradecer a seus pais e responsáveis por eles não terem sido, então, também defensores e praticantes do aborto. Caso contrário, não estariam agora vivos para propugnar pelo sacrifício dos inocentes nascituros.
O Projeto de Lei nº 20/91, regulamentando "os caos de abortamento admitidos pelo Código Penal", foi aprovado pela Comissão de Seguridade e Família da Câmara dos Deputados. Foram 21 votos contra 17. Tal projeto é ilegal (por ser contra o direito natural) e imoral.
Dentro de poucos dias, o assunto voltará a ser considerado e votado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação da mesma Câmara.
Quem não entende a crescente propaganda para a legalização do aborto, no Brasil e no mundo, deveria saber que no relatório confidencial do então Secretário de Estado, Henry Kissinger, em 1974, se pontificava: "Nenhum país já reduziu o crescimento de sua população sem recorrer ao aborto" (!) E tal sedução é necessário para a segurança e os interesses externos dos Estados Unidos (!).