“Obrigado por trazer Cristo em todos os lares”, “Obrigado por nos ajudar e apoiar”, “Obrigado pela mensagem de esperança”, “Obrigado pela comunhão espiritual”, “Rezemos pelo fim da pandemia, por todos, pelo senhor”, “Obrigado pela missa diária na Casa Santa Marta, nos faz sentir bem”, “Obrigado por não nos deixar sozinhos”, “Eu não tinha fé e agora choro diante do Crucifixo”. Chegam dos cinco continentes: mensagens pessoais, de gratidão, orações, fotos e até vídeos. Imagens e palavras que levam a Francisco o que aconteceu em todas as partes do mundo enquanto elevava o Santíssimo Sacramento para abençoar, implorando a intercessão do Senhor para derrotar a pandemia.
Tudo começou na segunda-feira, dia 9 de março. Francisco rezava pelos “doentes, pelos atingidos pelo coronavírus, pelos médicos, enfermeiros, voluntários que tanto ajudam, familiares, pelos idosos que estão nas casas de repouso e asilos, pelos encarcerados”. Durante setenta dias, enquanto o vírus se espalhava e obrigava muitos países a suspender as celebrações com a presença dos fiéis, a proibir retiros e peregrinações, o Papa trouxe a esperança e a salvação na concretude do Evangelho, da palavra de Deus. A Missa matinal na Casa Santa Marta é uma Missa sóbria, com o Bispo de Roma que reflete breve e de modo simples sobre as Leituras do dia, ajudando todos a se identificarem com o que é dito e testemunhado. Há espaços para a oração silenciosa. Há alguns minutos de adoração eucarística no final da celebração.
Milhões de pessoas em oração
Milhões de pessoas se reuniram, todos os dias, em oração: a latitude e o horário não foram um problema: rádio, TV, internet, redes sociais se tornaram portas e pontes para a pequena capela do Vaticano. Comunidades inteiras, famílias, trabalhadores, crianças, adultos, religiosos e religiosas, acompanharam a Missa, escutaram a Palavra, rezaram e redescobriram a comunhão espiritual na espera de poder novamente receber o Corpo de Cristo. A celebração matinal de Francisco se tornou um encontro também para os que pouco ou nada frequentavam a Igreja. Muitos não-crentes também quiseram se sintonizar e seguir as homilias do Sucessor de Pedro no tempo do lockdown.
Um número incalculável, mas certamente muito elevado, de fiéis em todo o mundo enfrentou a pandemia com a companhia do Papa, que exortou muitas vezes a não esquecer “os mais necessitados, as crianças famintas e os que fogem das guerras”. Francisco rezou pelos governantes que “devem decidir” e pelos cientistas que buscam soluções neste momento difícil. Ele agradecia sempre a todos aqueles que ajudam, especialmente os que ajudam os mais fracos e indefesos, como os idosos e deficientes, nestes “dias de tanto sofrimento” e “medo”.
Rezou pelos religiosos e religiosas que “dão a vida”, ficando perto daqueles que sofrem. Rezou por todas as vítimas da pandemia e suas famílias. Lembrou de muitas categorias de trabalhadores, dos médicos aos enfermeiros, dos farmacêuticos aos professores, dos responsáveis pela limpeza, aos voluntários, até os agentes sepultadores dos muitos mortos nesta pandemia. Ele rezou pelas mulheres grávidas e pelas suas preocupações; pelos artistas, estudantes, pelos que pensam no pós-pandemia e em como resolver os problemas que nos esperam.
Tempo de retornar à familiaridade comunitária
Na segunda-feira, 18 de maio encerrou a transmissão ao vivo. Francisco espera “que o povo de Deus possa retornar à familiaridade comunitária com o Senhor nos sacramentos, participando da liturgia dominical e retomando, também nas igrejas, a frequência diária do Senhor e de Sua Palavra”.
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