Mesmo depois de duas semanas após o término do Congresso Internacional de Jovens Shalom, ainda podemos ver muitos frutos sendo colhidos. O jovem Marcos Novaes, por exemplo, que frequenta o grupo de iniciantes da Comunidade Shalom, em Sobral, há pouco mais de um mês, e que participou do congresso, nos contou um pouco da sua experiência vivida durante os três dias de encontro em Fortaleza e também partilhou seu testemunho de vida.
Veja abaixo o depoimento na íntegra:
Minha primeira experiência com Deus foi, aproximadamente, há 13 anos, pelos anos 2000. Eu participava ativamente das atividades da igreja, coordenei grupos, participava da liturgia e até do coral. Em 2002 tive meu contato com o Espírito Santo através da RCC, onde permaneci por 2 anos. Em 2004 passei por problemas pessoais envolvendo a família, a partir daí pensei me questionando: Se Deus me ama tanto, então por que me deixa passar por isso? Como pode um amor me fazer sofrer? Foi a partir desde momento que aos poucos fui me afastando da Igreja, já que, para mim, não fazia sentido estar ali orando, pedindo a Deus para que tudo se resolvesse e depois acontecer tudo ao contrário.
Afastando-me da convivência com Deus, fui adentrando nas experiências mundanas: festas, bebidas e mais bebidas. Passei 10 anos experimentando dos “prazeres” que o mundo me proporcionava, mas nesse período, também fui em busca dos meu planos de vida que era conquistar um bom emprego e ingressar na faculdade. Aos poucos conquistei tudo o que almejava. Mesmo afastado da igreja, minha fé não se extinguiu completamente, nos meus momentos de reflexão sempre procurava conversar com Deus e sempre o questionava o porquê do meu sofrimento com minha família, mas Deus não me mostrava e isso me deixava ainda mais desconfiado do amor de Deus por mim. Em setembro de 2013, Deus me mostrou um sinal que explicaria toda a origem do meu sofrimento, pequeno, mas um sinal. Com isso comecei a voltar a dialogar com Deus e em dezembro do mesmo ano sentia uma vontade de estar com Ele novamente e esse desejo aumentava cada vez mais, contudo me recusei a aceitar que isso era possível, pois eu pensava: “Eu voltar para igreja? Deixar minhas curtições? Tenho um emprego bom, estou me formando, estou feliz!” Mas eu me enganava para não aceitar o chamado de Deus, visto que já ouvia e sentia esse chamado, ao mesmo tempo em que tinha um pouco daquilo que desejava, algo me faltava, sentia uma angustia no peito, um vazio que as conquistas pessoais e profissionais não preenchiam. Comecei, portanto, a perceber que a alegria e felicidade que sentia com meus amigos em festas, era uma felicidade ilusória e momentânea.
O tempo foi passando e eu continuava experimentando o que o mundo me proporcionava e ao mesmo tempo Deus me chamando e eu falava: não vou!, estou bem onde estou!, mas como disse a felicidade que tinha era momentânea, as conquistas não me bastavam, vazio e angustia continuavam em mim. Nesse período “desabafei” com uma amiga que faz parte da Comunidade Shalom e então ela me fez o convite para ir ao Centro de Evangelização. Resisti, mas decidi ir. No dia 26 de agosto convidei um amigo para ir comigo e chegando lá me senti um peixe fora d’água, não sabia como agir, mas mesmo assim continuei a frequentar e nessas minhas idas ouvi falar do Congresso de Jovens Shalom, de início fiquei na dúvida e a pensar: Será que devo?, Em 3 de setembro durante o grupo de iniciantes uma missionária da CV falou sobre o CJS e de como seria a organização, logo disse: eu vou! No dia seguinte realizei minha, ainda por impulso.
Depois que realizei minha inscrição, lembrei que na data do evento, eu tinha marcado de sair com amigos e eu era o organizador, mas como eu já havia pagado minha inscrição e estava decidido a ir. avisei a todos que não iria porque tinha uma viagem marcada, sem dizer para onde, depois disse que iria para o CJS e já podem imaginar né? Os comentários: “quer ser santo agora? Marcos lá não tem bebida! Tu ‘na Shalom’, o que é que tu quer lá? Marcos você organiza todo o churrasco e não vai?”. Mesmo assim não mudei de opinião, estava decidido a ir, entretanto na semana seguinte recebo uma ligação para trabalho justamente no final de semana do Congresso, então pensei: os empecilhos já começaram a aparecer! Pedi para mudarem a data do trabalho e fui atendido. Então tudo resolvido para minha ida ao CJS e nesse período continuava a frequentar o Shalom e a perceber que o vazio que sentia aos poucos começava a ser preenchido e comecei a frequentar a missa, logo em seguida a confissão, pois há tempos não me confessava.
Na semana de viajar para o congresso começava em mim mais uma vez aquela dúvida: será que devo mesmo ir?, conversei com um amigo da comunidade e ele me mostrou o quanto Deus me ama e tem algo bom para minha vida, se ele me chamava não era a toa. Bati o martelo e vi que não tinha nada a perder, ao contrário só a ganhar. Arrumei as malas e então #PartiuCJS.
Chegando no alojamento, convivendo com várias pessoas que não conhecia, me bateu uma vontade imensa de ir embora, mas em meu silêncio pedi a Deus que não me deixasse fazer isso. Quando chegou o primeiro dia do CJS fui agraciado ao chegar com a adoração, foi o primeiro momento depois de 10 anos eu diante de Deus então não hesitei me coloquei diante dele e me entreguei naquele momento. Pedi perdão por ter me afastado dele, não confiar no amor dele e por resistir ao chamado dele. Senti fortemente Deus me acolhendo, neste momento o santíssimo passou perto de mim, minhas pernas tremeram, um arrepio, o coração bateu acelerado e todo aquele sentimento de vazio, dor, angustia se desfez e sem me dar conta estava eu orando em línguas, algo que não fazia desde minha saída da RCC. Orava com fervor e sentia Deus em mim e no momento da adoração passava várias imagens na minha cabeça, imagens das festas, bares, ‘curtições’, só então vi que aquilo não era a felicidade que eu buscava, a felicidade está em Deus!
No CJS, senti que várias falas de Moysés e de Emmir eram direcionadas pra mim, na verdade era Deus falando através deles para mim. Passou um filme na minha cabeça, não só a adoração me proporcionou estar mais perto de Deus, a comunhão também, apesar de ter me confessado há um mês, ainda não tinha comungado, talvez por receio, mas no congresso tudo me foi concedido, tudo aquilo que nos 10 anos eu deixei para trás, no CJS foi me dado. Hoje tenho plena certeza que a felicidade que buscava, o preenchimento que necessitava só está em Deus e o Congresso de Jovens Shalom foi um canal para compreender tudo isso. Já não sou tão jovem, mas tenho um longo caminho pela frente e quero ofertar minha vida a Deus, a sua obra. A Comunidade Católica Shalom reascendeu minha chama.
Encerro com um pequeno trecho da música de Missionário Shalom: AGORA EU VEJO.
…”Então tua doce voz ouvi | Eu acordei não resisti | Estavas tão dentro e tão fora preso brilhaste agora te vejo…”.
Depoimento: Marcos Novaes
Reportagem/Edição: Mateus Ferreira