Resenha do livro “Em busca de sentido”
“Compreendo agora o sentido das coisas últimas e extremas que podem ser expressas em pensamento, poesia – e em fé humana: a redenção pelo amor e no amor! Passo a compreender que a pessoa, mesmo que nada mais lhe reste neste mundo, pode tornar-se bem aventurada – ainda que somente por alguns momentos – entregando-se interiormente à imagem da pessoa amada”.
Viktor Frankl
Viktor Emil Frankl foi um médico psiquiatra austríaco, fundador da escola da Logoterapia, que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência. Foi professor nas áreas de neurologia e psiquiatria.
Viktor Frankl já era psiquiatra quando foi capturado durante a Segunda Guerra Mundial, ficou vários anos preso e passou por quatro campos de concentração. Perdeu mãe, pai, irmãos e esposa. Ele relata como o ser humano é levado a situações extremas, sub-humanas, e o que se passa na cabeça de um prisioneiro.
O livro é divido em três partes. Na primeira, ele narra sua experiência como prisioneiro, os acontecimentos e como é o dia a dia no campo de concentração. A segunda parte aborda a Logoterapia, analisa alguns casos que ele presenciou nos campos e ao longo de sua vida profissional. A terceira apresenta “A tese do otimismo trágico”, em que Frankl fala que um indivíduo, mesmo nas piores condições, no maior dos sofrimentos, a partir de uma decisão interior, pode escolher a vida e não desistir.
Algo muito interessante mostrado no livro através de alguns acontecimentos é que apesar de sermos obrigados a suportar e não podermos mudar situações exteriores, interiormente somos livres. Essa liberdade ninguém pode tirar, sempre podemos escolher a nossa condição interior.
Frankl ainda cita várias vezes ao longo do livro uma frase belíssima de Nietzsche, “quem tem porque viver suporta quase qualquer como”.
Encontrar um sentido para a vida é algo essencial para o ser humano. Para algumas pessoas essa busca pode ser algo bastante obscuro e de uma dificuldade imensa, mas vale lembrar que a própria tarefa da busca também pode ser considerada um sentido.
Anderson Fernandes Pessoa