Dentre os livros do Antigo Testamento, após o Pentateuco e dos livros narrativos seguintes, temos os Livros Proféticos e os Sapienciais.
1. Livros Proféticos
INTRODUÇÃO:
Em hebraico – profeta = nabi = o que é chamado
Em grego – pro = em nome de; Phemi = falar – falar em nome de Deus.
O profeta recebe um chamado de Deus para ser mensageiro e intérprete da Palavra Divina; teve um encontro pessoal e extraordinário com Deus e esta experiência o convocou a se tornar este mensageiro.
Tipos de pregação profética:
1. Exortações – é um apelo do coração do homem para que este evite a desventura. Geralmente começa: “escutai”.
2. Oráculos – tinham geralmente um tom ameaçador. Tem motivação moral e anuncia ventura ou desventura futura.
Temas das mensagens proféticas:
Os profetas falavam principalmente aos próprios contemporâneos, mas sua visão acerca do mundo engloba o passado, o presente e o futuro. O profeta vê num só relance as verdades eternas e os fatos em que elas se mostram. A mensagem de cada profeta varia de acordo com o momento histórico em que viveram e com os ouvintes de sua pregação. Temas principais: a salvação realizada em Cristo, o anúncio do Messias, a glória de Deus.
Profetas antes do exílio:
Sofonias, Naum, Habacuc, Miquéias, Isaías, Jeremias, Oséias e Amós.
-Mostravam ao povo e reis as suas faltas
– Deus os entregaria aos estrangeiros pelas suas faltas.
– Exigiam a conversão do povo, para que não caísse sobre o país o julgamento de Deus.
Profetas durante o exílio:
Ezequiel, Isaías (40-55)
– Viveram na Babilônia
– Chamados profetas da consolação
– Procuram erguer o ânimo do povo, para que retornem a caminhada e recuperem a fé em Deus.
Profetas depois do exílio:
Abdias, Ageu, Zacarias, Malaquias, Joel, Isaias, Jonas
Incentivaram o povo a reconstruir o templo, os muros e a cidade de Jerusalém.
– Empreender a reforma religiosa, moral e social da comunidade judaica, predizendo a glória do futuro Messias.
2. Livros Sapienciais
A literatura sapiencial de Israel fundamenta seu ensinamento sobre a experiência do seu povo, na fé em Iahweh. Os sábios de Israel orientam seu pensamento para a sabedoria em Deus.
LIVROS SAPIENSIAIS – Provérbios, Jó, Eclesiástico e Sabedoria
– Acrescenta-se dois livros poéticos: salmos e Cântico dos Cânticos.
1. Livro de Jó:
Se preocupa com o problema do sofrimento do homem reto. A intervenção de Deus para revelar persistirem na fé mesmo no sofrimento.
Preparação do futuro conhecimento do valor do sofrimento humano unido ao sofrimento de Cristo.
Revelações escatológicas:
– Provação do justo – se transformará em beatitude eterna.
– Prosperidade do ímpio – leva ao afastamento de Deus.
a. Tese antiga – tese da retribuição do bem e do mal nesta vida; sofrimento como castigo de pecados pessoais; vida longa, saúde, dinheiro – prêmio de Deus aos fiéis (Dt 8, 6-18).
Os judeus antigos não tinham conhecimento da existência da vida consciente após a morte. Julgavam que depois da morte, tudo acabava. Só no séc. II a.C. tomaram consciência. Jó foi escrito no século V a.C.
b. Contexto que o livro de Jó foi escrito – os bons são recompensados nesta vida por Deus enquanto que os maus são punidos com doença e miséria.
c. O livro de Jó mostra que:
– O sofrimento não é desejado somente aos maus
– Deus não confirma a tese antiga
– Deus instrui o homem também pelos sofrimentos
– O sofrimento é instrumento de salvação
– Deus salva os penitentes arrependidos
– No sofrimento o homem confia que além do sofrimento está seu único libertador e pacificador.
– Deus ultrapassa a inteligência do homem
– Ninguém pode sondar os desígnios de deus
– Ninguém pode pedir contas a Deus dos seus planos.
2. Livro de Eclesiastes:
– Se preocupa com a felicidade do homem. Escrito (tese da retribuição do bem e do mal nesta vida)
– O autor é um judeu das Palestina (séc II aC.). Levanta críticas ao rei, ao reino e à corrupção. Fala do que ele observa e experimenta.
– Quando o autor fala do gozo dos prazeres materiais não é no sentido materialista (ateu), mas como ele não tinha conhecimento das vida póstuma consciente, ele convida seus discípulos a gozar dos bens que Deus lhe dá nesta vida.
– Expressões de amargurar e pessimismo significa a insatisfação do homem que espera uma resposta para seus anseios naturais.
– Rehma – todo homem foi feito para a vida, a justiça, a verdade, o amor, quando não os encontra sente amargura.
– Não consegue ver a felicidade garantida neste mundo, Inconsciente expressa o anseio do coração do homem pelo céu. Prefiguração de Mt 16, 26.
– Escrito depois do exílio (300aC.)
3. Provérbios:
– Os Provérbios foram escritos de Salomão (950 aC.) até depois do exílio (400aC.)
– São ensinamentos adquiridos por meio da experiência do povo, a fim de instruir e orientar o homem para a vida eterna.
4. Eclesiástico:
– Escrito em 190-180 aC. por Jesus ben Sirac, em Jerusalém , em hebraico e traduzido para o grego (132aC.) por seu neto. Ben sicar era escriba e conhecedor das Torá. Queria ajudar o povo a viver segundo a Lei.
– Título primitivo: sabedoria de Ben Sirac ou Siracida (hebraico). Os cristãos – o livro da Eclesia (Igreja).
– Apresentado aos catecúmenos como manual como manual dos bons costumes e à história do Antigo Testamento.
– Tema: produto de toda a vida do homem, com sua meditação na Torá.
· Sabedoria = Torá.
· Objetivo – ensinar a piedade e a moralidade.
– Doutrina: exorta à humanidade, bondade, dar esmolas, denúncia o orgulho, o pecado da língua, o adultério, a inveja e a preguiça.
5. Sabedoria:
– Autor: um judeu de Alexandria (Egito), escreveu e, 50aC. Atribuiu Salomão. O título “sabedoria de Salomão é fictício. é o último escrito do Antigo Testamento.
– Contexto histórico: escrito em Alexandria, onde havia uma colônia de judeus, os quais para não serem marginalizados, deixavam seus costumes e sua fé, perdendo sua própria identidade para se conformar com uma cultura pagã, idolatra e injusta.
O autor alimentado pelas Escrituras, escreve o livro procurando reforçar a fé e ativar a esperança. Ensina a verdadeira sabedoria que vem de Deus e conduz a uma vida de felicidade.
– Doutrina: serve de prelúdio ao ensinamento sobre a graça que viria no Novo Testamento. É expressada como portadora da salvação para os homens (Sb 9-18).
6. Cântico dos Cânticos:
– Título Hebraico: o mais belo dos cânticos ou canto por excelência
– Autor – atribui-se a um autor depois do exílio, que escreveu em Israel no período das reformas de Esdras – Neemias.
– Tema: amor de Salomão (rei) por uma pastora.
– Doutrina: mistério da aliança de Deus com os homens.
A tradição vê a relação:
1. Deus com seu povo
(esposo) (esposa)
2. Cristo com a Igreja
(esposo) (esposa)
7. Salmos
– Resultado do trabalho de muitos hagiógrafos desde o tempo de Moisés (séc XIII aC.) até o séc III aC.
Salmo = Psalmoi (grego) = melodias
Saltério = psalterion (grego) = instrumentos de cordas, de onde se extrai melodias (coleção de 150 salmos)
– Os salmos nasceram em lábios humanos sob a moção do Espírito Santo
– O livro dos Salmos – 150 unidades em 5 partes:
Livro 1 – Salmo 1 a 41
Livro 2 – Salmo 42 a 72
Livro 3 – Salmo 73 a 89
Livro 4 – Salmo 90 a 106
Livro 5 – Salmo 107 a 150
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