Ao Amado de minha alma,
Te escrevo, ó Amado, constrangida de amor, mas é preciso que eu expresse, ou melhor, que eu tente expressar o quanto estou enamorada por Ti. Gostaria de dizer-Te inúmeras palavras bonitas, como forma de expressão do tamanho do meu amor, mas não encontro nenhuma palavra capaz de corresponder a chama do amor que arde em meu peito.
Me sinto inflamada de amor, inflamada de gratidão, me perco a contemplar a grandeza do teu amor por mim que vai gerando mais amor por ti em mim. Não consigo compreender como podes Tu me amar assim, insistir em mim, na minha eleição e vocação. Como podes, Amado, me amar assim, com tamanha predileção? Como podes insistir em um vaso de argila, fraco, ensimesmado?
Na verdade, o intuito de escrever-Te é para poder reviver, deixar vivo em minha memória, o momento em que, no meio da noite escura em que me encontrava, Tu colocaste a nossa melodia, e me tiraste para dançar. Sim! A iniciativa foi Tua, rompeste de forma silenciosa o silêncio da noite, ao entoar o Teu canto de amor, e ao ouvir a Tua doce voz, a minha alma rompeu em uma resposta de amor, em um ímpeto de amor levantei-me, toquei as Tuas chagas, e pela força que irrompeu do toque das nossas almas, me permiti a bailar contigo.
Qual saudade não era a minha, em dançar, em bailar! Mas bailar contigo, Amado, eu nunca, nunca imaginaria. Tocaste no meu ponto fraco, na minha saudade, para revelar também a Tua saudade, novamente me golpeaste em Teu amor. E como de costume, é nos Teus golpes de amor que eu me deixo vencer. E assim, mais uma vez venceste em mim.
Novamente conquistaste o meu coração, ó desejado de minha alma. Inunda- me de amor, do teu perfeito amor. Quão agradável é retornar a Ti, é reencontrar-Te no jardim, e por meio dos Teus olhos, ver a aurora que vai surgindo, ver que a estação das flores vem chegando trazendo a suavidade do Teu doce perfume de amor.
Ó meu doce Amado, meu amigo, que tu como bom jardineiro que és, me ensine a cuidar do nosso jardim. Obrigada, por escrever em mim e comigo essa história de amor, onde Tu me tira para dançar, e me fere com Tuas maravilhosas loucuras de amor. O Teu amor me ultrapassa, e eu latejo de amor por Ti.
Ao som da Tua melodia, ao soar da Tua voz, todo o meu ser, toda a minha alma vibra em cólicas de amor por Ti.
<< Eu exulto de alegria ó amado, minha alma se regozija no meu esposo, porque me vestiu com vestes da salvação, cobriu-me com o manto da ‘toda pequena’, o manto da humildade e me adornou com seu manto de caridade. >> (Is 61, 10)
Quem porventura é a tua noiva, ó Esposo, para dela te agradar e se unir a ela, senão uma pecadora ferida. Qual doce mistério de amor, que me une a Ti, que une e conforma a minha vontade fraca e débil a Tua santa vontade. Não há outro nome a dar a esta união senão misericórdia. Bendita iniciativa sua em me amar, eleger e conduzir a salvação.
Meu coração, minha alma, só pode corresponder de uma maneira a este perfeito amor: “amando, consumindo-se de amor por aquele que tanto (me) amou! ” (Escritos, AE 09).
Exultante de amor, me despeço no desejo de o mais breve, bailar contigo novamente,
Tua esposa, Jackeline Bastos.