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Maria foi assunta ao Céu?

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Na hodierna Solenidade da Assunção, a Igreja aplica estaspalavras do Apocalipse de São João a Maria. Elas contam-nos, num certo sentido,a parte conclusiva da história da “mulher revestida de Sol”: falam-nos de Mariaelevada ao céu. Portanto, a liturgia de hoje relaciona-as de modo oportuno coma parte inicial da vicissitude de Maria: ao mistério da Visitação na casa santade Isabel. Sabe-se que a Visitação se verificou pouco depois da Anunciação,como lemos no Evangelho de São Lucas: “Por aqueles dias, pôs-se Maria a caminhoe dirigiu-se às pressas para a montanha, a uma cidade de Judá” (Lc 1,39).Segundo uma tradição, trata-se da cidade de Ain-Karim. Ao entrar na casa deZacarias, Maria saudou Isabel. Talvez desejasse contar-lhe o que lhe haviaacontecido, como tinha consentido à proposta do Anjo Gabriel, tornando-seassim, por obra do Espírito Santo, Mãe do Filho de Deus. Contudo, Isabelprecedeu-a e, com a ação do Espírito Santo, continuou com palavras suas asaudação do mensageiro angélico. Se Gabriel tinha dito: “Salve, ó cheia degraça, o Senhor está contigo” (Lc 1, 28), ela, quase tomando o seu lugar,acrescentou: “Bendita és tu entre as mulheres e Bendito é o fruto do teuventre” (Lc 1, 42). Deste modo, portanto, entre a Anunciação e a Visitação foi-seformando a oração mariana mais difundida: a “Ave Maria”.

Caríssimos Irmãos e Irmãs! Hoje, solenidade da Assunção, aIgreja retorna idealmente a Nazaré, lugar da Anunciação; dirige-se idealmentepara a entrada da casa de Zacarias, em Ain-Karim, e saúda a Mãe de Deus com aspalavras “Ave Maria!”, e com Isabel proclama: “Feliz daquela que acreditou queteriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor”! (Lc 1,45). Maria acreditou com a fé da Anunciação, com a fé da Visitação, com a fé danoite de Belém e do Natal. Hoje crê com a fé da Assunção ou, antes, já naglória do céu contempla face a face o mistério que penetrou a sua existênciaterrena.

Na entrada da casa de Zacarias nasce também o hino marianodo Magnificat. A Igreja repete-o na liturgia de hoje, porque Maria, decerto commotivações também maiores, o proclamou na sua Assunção ao céu: “A minha almaglorifica ao Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador.Porque olhou para a humilde condição da Sua serva. De fato, desde agora todasas gerações me hão de chamar ditosa, porque me fez grandes coisas o Onipotente.É santo o seu nome” (Lc 1, 46-49).

Maria louva Deus e é louvada por Ele. Um louvor que sedifundiu amplamente no mundo inteiro. De fato, quantos são os santuáriosmarianos dedicados, em todas as regiões da terra, ao mistério da Assunção!Seria deveras difícil elencá-los todos aqui.

“Maria é elevada ao céu: exultam as Plêiades dos anjos”,proclama a liturgia hodierna na aclamação ao Evangelho. Mas exultam também asmultidões de homens de todas as partes do mundo. E são numerosas as nações queconsideram a Mãe de Deus como sua Mãe e Rainha. O mistério da Assunção estárelacionado, de fato, ao da sua coroação como Rainha do céu e da terra. “Afilha do rei é toda esplendor” – como anuncia o Salmo responsorial da liturgiade hoje (Sl 44/45, 14) – para ser elevada à direita do seu Filho: “Resplandecea rainha, Senhor, à Tua direita” (refrão do Salmo responsorial).

A Assunção de Maria constitui uma particular participação naressurreição de Cristo. Na liturgia hodierna, São Paulo põe em relevo estaverdade, anunciando o júbilo pela vitória sobre a morte, restituída por Cristocom a sua ressurreição. “É necessário que Ele reine, até que haja posto todosos inimigos debaixo dos Seus pés. O último inimigo a ser destruído será amorte” (1 Cor 15, 25-26). A vitória sobre a morte, que se tornou evidente nodia da ressurreição de Cristo, hoje diz respeito, de modo particular, à SuaMãe. Se a morte não tem poder sobre Ele – ou seja, sobre o Filho – a tampouco opode ter sobre a Mãe, isto é, sobre aquela que lhe deu a vida terrena.

Na primeira Carta aos Coríntios, São Paulo faz uma espéciede comentário aprofundado do mistério da Assunção. Escreve assim: “Cristoressuscitou mortos como primícias dos que morreram. Porque, assim como por umhomem veio a morte, também a ressurreição dos mortos veio por um homem que,assim como todos morrem em Adão, assim também em Cristo, todos serãovivificados. Cada qual porém, na sua ordem: Cristo, como primícias, os que sãode Cristo, por ocasião da sua vinda” (1 Cor 15, 20-23). Maria é a primeiradentre “os que são de Cristo”. No mistério da Assunção, Maria é a primeira areceber a glória; a Assunção representa quase o coroamento do mistério pascal.Cristo ressuscitou vencendo a morte, consequência original, e abraça com a suavitória todos aqueles que aceitam com fé a Sua ressurreição. Antes de tudo, aSua Mãe, libertada da herança do pecado original mediante a morte redentora doFilho na cruz. Hoje, Cristo abraça Maria, Imaculada desde a sua concepção,acolhendo-a, no céu, no corpo glorificado quase que a aproximar-lhe o dia doseu regresso glorioso à terra, o dia da ressurreição universal, esperada pelahumanidade. A Assunção ao céu constitui uma grande antecipação do cumprimentodefinitivo de todas as coisas em Deus, conforme quanto escreve o Apóstolo:“depois virá o fim, quando (Cristo) entregar o Reino a Deus Pai (… ) a fim deque Deus seja tudo em todos” (1 Cor. 15, 24.28). Porventura, não é Deus tudon’Aquela que é a Mãe Imaculada do Redentor? Saúdo-te, filha de Deus Pai!Saúdo-te, Mãe do Filho de Deus! Saúdo-te, mística esposa do Espírito Santo!Saúdo-te, templo da Santíssima Trindade!

“Então abriu-se o Templo de Deus no céu, a Arca da Aliançaapareceu no Seu Templo (…). 

Depois, apareceu um grande sinal no céu: umamulher revestida de Sol, tendo a Lua debaixo dos seus pés e uma coroa de dozeestrelas sobre a cabeça” (Ap 11, 19-12, 1). Esta visão do Apocalipse éconsiderada, num certo sentido, como a última palavra da mariologia. Contudo, aAssunção que aqui é expressa de modo magnífico possui contemporaneamente um seusentido eclesiológico. Contempla Maria não só como Rainha de toda a criação,mas como Mãe da Igreja. E como Mãe da Igreja, Maria elevada e coroada no céu,não deixa de ser “envolvida” na história da Igreja, que é a história da lutaentre o bem e o mal. São João escreve: “Apareceu então outro sinal no céu: umgrande dragão vermelho” (Ap 12, 3). Este dragão é conhecido pela SagradaEscritura como inimigo da Mulher, desde os primeiros capítulos do livro doGênesis (cf. Gn 3,14). No Apocalipse, o mesmo dragão coloca-se diante da Mulherque está para dar à luz, preparando-se para lhe devorar o filho apenas elenascesse (cf. Ap 12,4). O pensamento dirige-se de modo espontâneo para a noitede Belém e para a ameaça que o édito perverso de Herodes representava para avida de Jesus recém-nascido, o qual mandava “matar todos os meninos de Belém ede todo o seu território, da idade de dois anos para baixo” (Mt 2,16).

De tudo quanto o Concílio Vaticano II escreveu, emerge demodo singular a imagem da Mãe de Deus, profundamente inserida no mistério deCristo e da Igreja. Maria, Mãe do Filho de Deus, é ao mesmo tempo Mãe de todosos homens, que no Filho se tornaram filhos adotivos do Pai celeste.Manifesta-se precisamente aqui a incessante luta da Igreja. Como uma mãe, àsemelhança de Maria, a Igreja gera filhos para a vida divina, e os seus filhos,filhos e filhas no Filho unigênito de Deus, são constantemente ameaçados peloódio do “dragão vermelho”: satanás.

O autor do Apocalipse, enquanto mostra o realismo desta lutaque continua na história, também põe em relevo a perspectiva da vitóriadefinitiva por obra da mulher, de Maria que é a nossa Advogada, poderosa aliadade todas as nações da terra. O autor do Apocalipse fala desta vitória: “E ouviuma voz chamar no céu: “agora chegou a salvação, o poder e o Reino do nossoDeus e o poder do Seu Cristo” (12,10).

A solenidade da Assunção apresenta-nos o reinar do nossoDeus e o poder de Cristo sobre toda a criação. Juntos louvemos a Mãe de Cristoe da Igreja, unidos a quantos a venerarem em todas as partes da terra. Quantodesejaria que em toda a parte e em cada língua se exprimisse a alegria pela assunçãode Maria! Como desejaria que deste mistério brotasse uma luz vivíssima sobre aIgreja e sobre a humanidade! Cada homem e cada mulher tome consciência de serchamado, de modos diversos, a participar na glória celeste da sua verdadeiraMãe e Rainha.

Todo homem e toda a mulher são chamados a ser participantesda glória, como diz Santo Ireneu: “Glória Dei vivens homo, vita autem hominisvisio Dei”. São palavras que contém em si a nossa vocação pessoal no mundo e naIgreja. Louvado seja Jesus Cristo!


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