Transformando-nos de forma concreta, a oração “nasce da vida”. “A oração não pode ser um pensar, mas um agir”, ensina o Frei Patrício Sciadini, sacerdote OCD. Ele pregou no Congresso de Espiritualidade: oração e missão em Santa Teresa D’Ávila na manhã deste domingo (16). “Quem reza ou muda de vida ou deixa de rezar”, definiu.
Entender a oração como ação é o ponto crucial do Congresso, de acordo com frei Patrício. “A melhor oração é a oferta de vida”, disse. Ele explicou que é preciso viver de forma concreta o que Deus nos fala na oração. “Devemos colocar em prática as inspirações que Deus nos dá.”
Jesus é o maior exemplo de quem reza com a vida. Os evangelhos têm diversas ocasiões em que o Senhor se coloca em oração. “Devemos importunar a Deus com nossa oração”, ensina frei Patrício. É vontade de Deus que nos identifiquemos com ele por meio da oração e da cruz. “Jesus jamais poderá amar uma pessoa e não enviar-lhe a cruz porque a cruz nos identifica com Ele.”
A confissão e a eucaristia também são fortes momentos de oração. “A oração é uma forte vivência sacramental”, disse.
Passos da oração
O sacerdote também nos ensina que há sete passos a oração. “Rezamos para levantar, ir e anunciar”, definiu. É no nosso serviço que transbordamos a oração. “A oração não é uma flor, é fruto do nosso apostolado.”
Inicialmente, é preciso querer rezar. “É uma decisão pessoal, a determinada determinação”, define. É necessário entendermos que a oração é um trato de amizade com Deus e precisamos dar tempo para estar com o Senhor. “Voltar atrás no caminho da oração é esfriar no caminho com Deus.”
Viver na presença do Senhor é primordial. Teresa contemplava a presença de Deus em todas as coisas. “O primeiro livro da oração é a natureza, o universo.” O sacerdote disse ainda que é importante levarmos para a oração uma imagem que nos fala ao coração e nos lembra da presença de Deus, como um crucifixo. “A oração teresiana é simplicíssima. Devemos ser sinceros naquilo que vamos dizer ao Senhor”, ensina.
O terceiro passo da oração é ter intimidade com a palavra de Deus. Durante a inquisição na Espanha, foi restrita a aquisição de bíblias. Teresa, sem conseguir meditar com a palavra de Deus, pediu ao Senhor auxílio. “Eu te darei um livro novo e que ninguém pode tirar. E esse livro novo sou eu”, disse-lhe o Senhor em oração.
Depois da leitura, somos chamados a meditar a palavra de Deus. “É o trabalho da nossa inteligência”, definiu. Frei Patrício nos ensina a refletir acerca da vontade de Deus para nós a partir do texto bíblico. O quinto passo da oração é o diálogo profundo com o Senhor.
O sacerdote destaca que é preciso encerrar o momento de oração com um compromisso concreto. Ele nos ensina que se rezamos com a caridade, precisamos buscar uma forma de viver concretamente o que o Senhor nos inspirou.
Agradecer a Deus ao final do momento de encontro é primordial. “Todas as orações teresianas terminam em agradecimento”, conta.
Ângela Barroso e Teresa Fernandes