Formação

Mês vocacional: ser um leigo consagrado é dar uma resposta livre e fiel à vontade de Deus

A Vida Consagrada é o nome que a Igreja Católica dá ao modo de viver das pessoas que deixaram as vidas profissionais e familiares, negando às próprias vontades, na vivência dos conselhos evangélicos em restrito seguimento de Jesus, em vista do serviço à Igreja.

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O mês de agosto é o mês vocacional, no qual a Igreja nos convida a rezar por todas as vocações. Nesta terceira semana, dedicamos à Vida Consagrada, seja ela como leigos que identificados com um Carisma, o seguem, ou na vida de religiosas e religiosos.

A vida consagrada é um dom do Pai, por meio do Espírito, à sua Igreja. Ela se expressa na vida monástica, consagração total de obediência, vida contemplativa, vida religiosa apostólica, institutos seculares e sociedades de vida apostólica. Sendo assim, chamada a ser especialista em comunhão, no interior tanto da Igreja quanto da sociedade.

Aos moldes de Maria, o leigo consagrado é um discípulo missionário

Celebramos hoje,  com grande alegria a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, reconhecendo as maravilhas que o Senhor operou na vida desta humilde serva. Chamada a colaborar no plano de Deus e na história de nossa salvação, Maria tornou-se exemplo de serviço a Deus e aos irmãos e irmãs. Assimilamos as vocações à vida religiosa, além dos irmãos e irmãs consagrados, que doam suas vidas a serviço do Reino, testemunhando Jesus Cristo como discípulas e discípulos missionários.

O que é ser um leigo?

No linguajar canônico, um leigo é um fiel católico que vive as realidades da Igreja, podendo ter vida apostólica, ajudando nos trabalhos paroquiais, nas pastorais e movimentos sociais ou de evangelização. Porém, o leigo não assume sobre si um compromisso de voto, como o fazem os religiosos e os padres. Ou seja, leigo é todo aquele que não é irmão nem freira nem padre, mas que participa da vida da Igreja.

Assim afirma o Código de Direito Canônico:

Cân. 207 — § l. Por instituição divina, entre os féis existem os ministros sagrados, que no direito se chamam também clérigos; os outros féis também se designam por leigos.

§ 2. De ambos estes grupos existem féis que, pela profissão dos conselhos evangélicos por meio dos votos ou outros vínculos sagrados, reconhecidos e sancionados pela Igreja, se consagram a Deus de modo peculiar, e contribuem para a missão salvífca da Igreja; cujo estado, embora não diga respeito à estrutura hierárquica da Igreja, pertence contudo à sua vida e santidade.

A palavra “Leigo”, vem do grego (laos) e significa “povo”. O leigo, é um estado comum, dos batizados que pertencem ao Povo de Deus, mas não são ordenados. Voltando o nosso olhar para o vocação do leigo, podemos dizer que o leigo é aquele fiel que não pertence ao Clero, e  é chamado a viver no mundo, transformando as realidades diárias à luz do evangelho. Então todo povo de Deus que não faz parte do clero (bispo, padre ou diácono) é leigo.

Entenda o que é ter uma vida consagrada de acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC)

Na Igreja, a vida consagrada deve seguir os conselhos evangélicos, que são os principais ensinamentos do seguimento de Cristo (Pobreza, Obediência e Castidade). O Leigo que escolhe a vida consagrada a Deus, faz a opção, dentro do seu estado de vida de leigo (não pertencendo ao clero) de entregar a sua vida a Deus e fazer os votos de Pobreza, Obediência e Castidade.

“Os conselhos evangélicos são, na sua multiplicidade, propostos a todos os discípulos de Cristo. A perfeição da caridade, a que todos os fiéis são chamados, comporta, para aqueles que livremente assumem o chamamento à vida consagrada, a obrigação de praticar a castidade no celibato por amor do Reino, a pobreza e a obediência. É a profissão destes conselhos, num estado de vida estável reconhecido pela Igreja, que caracteriza a «vida consagrada» a Deus.” (CIC, §915.)

Características de um leigo consagrado

O vocacionado de um determinado Carisma (novas comunidades, congregações, fraternidade religiosa…) precisa expressar uma profunda identificação com o carisma ao qual foi chamado. Em geral, expressam com a vida o desejo de mudança, para testemunhar a salvação de Cristo através do carisma com o qual se identifica e ao qual foi chamado.

Assim, é preciso participar de um tempo como vocacionado, para um maior aprofundamento sobre o Vocação. Desta forma, se tem uma experiência de tocar e vivenciar mais de perto como comunidade, em unidade aos ensinamentos, motivações próprias. Um dos fatores que têm atraído as pessoas é a beleza de viver em comunidade, com vários estados de vida vivendo uma única consagração: homens, mulheres, casados, solteiros, crianças, lutando para viver em sadia convivência. 

É preciso coragem, mas Deus é nossa força

Nota-se hoje que um grande fator é  a vivência da radicalidade do Evangelho. É isso que, até hoje, atrai e seduz todo tipo de pessoa.  Sempre haverá medo, podendo ser o maior desafio ao falar de vocação, hoje, principalmente entre os jovens, é preciso ensiná-los a não ter medo.

Somente assim, podemos entender que somos inteiramente de Deus, e quando fazemos a Sua vontade, doando livremente nossas vidas à serviço das necessidades da Igreja seremos os novos evangelizadores deste mundo, gerando novos frutos, salvando almas.


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