Na noite da vigília de Pentecostes neste sábado, 19, o bispo diocesano Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos preside Santa Missa no Ressuscitou 2018. “Enviai o vosso Espírito Santo, Senhor, e renovareis a face da terra porque Cristo Ressuscitou”, destaca. A festa de Pentecostes nos leva a reviver a experiência da descida do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos com Maria em Jerusalém, 50 dias após o domingo de Páscoa.
Pentecostes não nos conduz a comemorar um acontecimento passado, mas atualizar o mistério da descida do Espírito Santo. “A celebração litúrgica é um memorial, um acontecimento que se torna presente hoje, agora. Não é somente recordar, mas trazer para hoje. É uma festa de grande significado para o povo da antiga aliança e para nós, o povo da nova e eterna aliança”, garante Dom Vasconcelos em sua homilia.
Com a vinda do paráclito, o Espírito Santo, celebramos o nascimento da Igreja, a epifania, a manifestação da Igreja para o mundo inteiro. “Em Jerusalém, os discípulos estavam reunidos em torno de Maria temerosos, mas o Espírito Santo desceu efusivamente. Eles perderam o medo e começaram a proclamar: o Cristo Ressuscitou verdadeiramente como tinha dito e nós somos testemunhas disso. Nasceu a igreja discípula e missionária de Jesus Cristo”, explica.
A Festa de Pentecostes era celebrada no Antigo Testamento como o dia da colheita. Depois do êxodo, 50 dias depois da Páscoa era a comemoração do dia em que Moisés entregou ao povo o decálogo, as tábuas da lei. Jesus, após sua ressurreição, pediu aos seus discípulos que aguardassem o seu Espírito Santo. “Jesus disse: Eu irei, mas enviarei o paráclito. É necessário que eu vá para que Ele venha. Jesus se referia em seu Evangelho ao Divino Espírito Santo”, ressalta.
Pentecostes x Babel
Referindo-se à primeira leitura do dia, Dom Vasconcelos lembra que o ser humano pensa em construir uma torre para que todos os povos o respeitem. “Como é triste quando o ser humano quer ser igual a Deus. O ser humano é tentado como Adão e Eva. Tem gente que descarta Deus e acha que pode fazer tudo sozinho”, lamenta. O Senhor desce sobre eles e lhes confunde a linguagem para que não empreendam seu plano de desejar ser maiores que Deus.
“Pentecostes é o contrário de Babel. Havia em Jerusalém pessoas que falavam várias línguas, mas eles ouviam os discípulos falarem em sua própria língua. Esta é a linguagem do amor. O Espírito Santo é o eterno amor. Em torno de Maria, recebamos o Espírito para que o bem vença o mal e o amor triunfe sobre o ódio”, garante Dom Vasconcelos. Ele disse ainda que o mundo precisa de pessoas que saibam escutar as inspirações do Espírito Santo. “O Espírito Santo fala em nós com gemidos inefáveis, nos ensina a suplicar, a louvar, a perdoar. Sejamos como um rio de água vida para que o mundo creia que ele Ressuscitou”, completa.
Teresa Fernandes