No dia da Imaculada Conceição de Maria, uma notícia: Monsenhor Jonas Abib retorna a casa após um período internado; porém dias depois, no dia de Nossa Senhora de Guadalupe. 12 de dezembro, a notícia difícil de ser aceita, o sacerdote, fundador da Comunidade Canção Nova fez sua páscoa. Justamente na terceira semana do Advento, na Gaudete, ou seja na espera alegre do Menino Jesus, foi também tempo de se abrir para as graças da paternidade fecunda e refletir sobre a importância do Monsenhor.
[CONFIRA A PÁGINA ESPECIAL SOBRE MONS. JONAS ABIB]
A Comunidade Católica Shalom unida em oração e com um olhar de eternidade contempla os feitos de Deus por meio da vida do Monsenhor Jonas Abib, sacerdote, que é considerado modelo de paternidade para muitas fundações de Novas Comunidades, além disso, ele foi pregador, músico e escritor de diversos livros. Ao longo dos anos, foram canções, pregações, auxílios, foi pai espiritual para muitos leigos, consagrados, religiosos e sacerdotes que fizeram do Monsenhor um grande evangelizador para as nações.
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Por diversas vezes, o Monsenhor Jonas Abib auxiliou, sustentou e incentivou a Comunidade, principalmente na Fundação. Neste momento de dificuldades, dor, olhamos com fé e nos apeguemos às marcas deixadas pelo pastoreio, paternidade e santidade.
Breve biografia
Nasceu no dia 21 de dezembro de 1936 em Elias Fausto (SP). Filho de Sérgio Abib, de ascendência sírio-libanesa e de Josepha Pacheco Abib, de descendência italiana, residente em São Paulo. Aos 7 anos, iniciou o curso de primeiro grau no Colégio Padre Moye, em São Paulo (SP), dirigido pelas Irmãs da Providência de Gap.
Aos 12 anos passou a estudar no Liceu Coração de Jesus, em São Paulo (SP), e a trabalhar numa oficina de artes gráficas. E com 13 anos, foi transferido para o seminário salesiano, no Colégio São Manoel, em Lavrinhas (SP). Depois, cursou o Ensino Médio no Instituto do Coração Eucarístico, em Pindamonhangaba (SP), e Filosofia na cidade de Lorena (SP), no Instituto Salesiano de Filosofia e Pedagogia.
Terminada esta etapa, cursou teologia em São Paulo no Instituto Teológico Salesiano Pio XI do Alto da Lapa e foi ordenado sacerdote em 1964. Escolheu o seguinte lema: “Feito tudo para todos”. Como padre recém-ordenado, em São Paulo, trabalhava com os jovens. Lecionando na Faculdade de Ciências e Letras de Lorena (SP) e dando assistência à juventude fazendo encontros e retiros.
Monsenhor Jonas conheceu a Renovação Carismática Católica em 1971 e foi um dos grandes precursores do movimento no Brasil. Motivado pelo forte trabalho com a juventude, em 1978, fundou a Canção Nova, a primeira comunidade católica leiga do Brasil. A principal missão, era de evangelizar por meio de encontros e dos veículos de comunicação. Dois anos depois, inaugurou a Rádio Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP) e em 1989, a TV Canção Nova.
Motivado pelo forte trabalho com a juventude, em 1978, fundou a Canção Nova, a primeira comunidade católica leiga do Brasil. A principal missão, era de evangelizar por meio de encontros e dos veículos de comunicação. Dois anos depois, inaugurou a Rádio Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP) e em 1989, a TV Canção Nova.
“Queremos levar ao mundo uma canção nova, cantada por pessoas renovadas no Espírito Santo”, afirmou certa vez o Padre Jonas, ao se referir à Comunidade.
Em 17 de outubro de 2007, o padre Jonas recebeu o título de monsenhor concedido pelo Papa Bento XVI a pedido do bispo da diocese de Lorena (SP), Dom Benedito Beni Santos. O título de “monsenhor” é dado pelo Papa a padres que se destacam por relevantes serviços prestados à Igreja e ao povo de Deus em suas dioceses.
A Comunidade Canção Nova obteve o reconhecimento pontifício em 2008 e é considerada pela Santa Sé uma “Associação Internacional de Direito Pontifício”, o que significa que está a serviço da Igreja no mundo todo.
Comunidades irmãs
Nos primeiros anos da Comunidade Shalom, em 1982, Moysés Azevedo participou de um retiro coordenado por Pe. Jonas Abib em Baturité (170 km de Fortaleza). No retiro, em uma palestra sobre “Deus nos quer Comunidade”, o sacerdote apresentava os tempos atuais, a Obra do Espírito no mundo, gerando novas comunidades, e como Deus trabalhava para fazer com que elas nascessem. Relatam os Escritos da Comunidade Shalom que, conforme a palestra era dada, os que ali estavam junto ao Moysés sentiam-se estupefatos e percebiam que Deus queria fazer, com eles, algo semelhante.
“A Canção Nova foi de grande valia para nós, do acolhimento dos irmãos de que é possível viver uma vida consagrada a Deus na simplicidade e no serviço. Era o impulso que necessitávamos. Através da visita, Deus nos falava e nos indicava o novo caminho que Ele queria para nós… Era algo indefinido, mas novo, original. Voltamos exultantes, sentindo que Deus nos havia dado a direção. Quanto ao tempo, caberia a Ele definir“. (Escritos – Hist. § 74)
Como ocorre nas famílias, é normal que haja semelhanças entre os irmãos, e nessa analogia, a Comunidade Shalom foi se tornando cada vez mais autêntica, porém, com pontos que remetem a Comunidade Canção Nova. “Evidentemente o pai do nosso carisma, o Moysés, foi aquele a quem Deus deu o Carisma. Mas, o Padre Jonas foi aquele que olhou para o Moysés e percebeu a autenticidade do Carisma que Deus nos tinha dado e nos conduziu pela mão, como um pai conduz os seus filhos nos primeiros passos.” afirma Emmir Nogueira sobre a paternidade do Mons. Jonas.
Ambas são para leigos, carismática, forma pessoas à luz da alegria que vem do evangelho. No caminho vocacional, nascem novas vocações sacerdotais, matrimoniais e de celibatários para o Reino dos céus. A evangelização por meio das artes é um grande marco e característico, principalmente as músicas da Canção Nova e os teatros do Shalom. Não é difícil encontrar testemunhos a partir de uma experiência com a arte dessas Comunidades.
A Canção, na figura de Monsenhor Jonas Abib, de acordo com uma profecia feita por membros de ambas as Comunidade, a união de Canção Nova e Shalom é igual a fogo do céu! A Comunidade Canção Nova faz parte da história da Comunidade Shalom, e neste ano, o Ministério Amor e Adoração esteve pela primeira vez nos palcos do Festival e cantou ao lado de Missionário Shalom e Entretons.
A expressão artistíca como forma de evangelização
O vocalista e consagrado da Comunidade Canção Nova, Pedro Pinheiro, recorda a profecia do Padre Fabrício Andrade, que dizia que quando essas duas Comunidades se unissem, haveria um grande fogo do Espírito Santo. “É inegável o que esta união tem feito com o Amor e Adoração, o que tem nos dado de presente, o que tem nos dado de unção, e que tem frutificado dentro do nosso ministério”, conta o missionário.
A vocalista Amanda Carvalho recorda que a complementaridade dos carismas está na história das duas Comunidades: “Monsenhor Jonas Abib e a Luzia [fundadores da Canção Nova] fazem sempre questão de falar que é uma união de almas“. Amanda ainda contou que encontrou Moysés Azevedo, fundador da Comunidade Shalom, nos bastidores e ele falou que a Canção Nova está na vida e no coração, e “nós vamos provando dessa herança, dessa história” relata.
Uma fecunda paternidade
Emmir em uma entrevista ao Jornal O Povo, falou sobre a paternidade do Monsenhor e afirmou: “Nada se constrói só. Uma pessoa sozinha é muito infeliz. Constrói um diálogo muito restrito. Se for olhar minha trajetória, sempre tive pessoas que foram instrumentos de Deus. Estudar em colégios e numa faculdade católica foi essencial.. Meu pai talvez tenha sido maior influência, minha mãe me ensinou a rezar, Monsenhor Jonas Abib, que eu chamo de pai. Padre Caetano, que me ensinou a amar e viver com os pobres, padre Felipe, que foi meu diretor espiritual. Não posso deixar de citar o Moysés, que foi a grande influência, e meu marido, o grande suporte.
Monsenhor fala sobre as Novas Comunidades: “Nós somos Igreja, nós queremos ser Igreja, continuem acreditando nas novas comunidades, estamos ainda em construção, desculpem-nos os transtornos, mas cuidem de nós, ainda estamos deformados, mas já somos uma realidade na Igreja. Aguenta firme, perca se tudo, mas não se perca o carisma, não se perca a missão própria daquela comunidade, preserve o carisma da sua comunidade. O Papa João Paulo II disse que ou o III milênio será um milênio de místicos ou não será nada. Que cada comunidade possa dar um pouco do seu carisma ao mundo. Shalom, vocês precisam levar o seu shalom para o mundo. Bethânia, Beatitudes, quantas outras comunidades, vocês precisam levar o seu carisma para o mundo. Fomos a primeira comunidade no Brasil. Eu intuía que houvesse outras comunidades assim como a nossa no mundo, mas eu não conhecia nenhuma naquela época, depois de um tempo vim a ter o conhecimento que existiam outras comunidades como a nossa na Europa”.
Monsenhor é semeado e não enterrado
Durante os três dias de velório, houveram diversos momentos de oração, efusão e batismo do Espírito Santo, homenagens e muitas profecias. Uma delas foi “Ele não será enterrado, mas semeado”, a frase foi dita pelo Diácono da Canção Nova, Nelsinho Corrêa, e é uma profecia do novo tempo que virá para as Novas Comunidades e claro, a Canção Nova.
“Uma ânsia e um desejo de ser santo, nós nascemos para ser santos e isso exige muito, ele era exigente consigo e com quem estava com ele. Ele estava com saudade do céu, pq ele nunca teve saudade de ser santo. Temos que pedir a benção a ele, o pregador encontrou a sua pregação, ele vivia de Jesus em Jesus e para Jesus e agora ele está lá. Nessa madrugada ele terminou sua maior pregação, entregou-se… Você está com Deus”, se despediu Pe Zezinho.
Perdemos o pregador, sacerdote, artista e pai, porém ganhamos um intercessor no céu, um fiel modelo de santidade, como muito visto durante o velório, um santo súbito,que se une com outros irmãos. O céu é logo, interceda por nós!