Não é possível que um namoro seja só isso!

Meu nome é Tayane, tenho 26 anos. Moro em Vitória/ES, sou vocacionada da Comunidade Católica Shalom, e namoro com Guilherme a 5 anos e meio.

Desde o início do nosso relacionamento, almejamos vivê-lo em Deus e com Ele. Não porque éramos de um grupo de jovens ou porque nos foi imposto isso pela Igreja, pelos nossos pais, mas porque antes de nos encontrarmos, existia um amor muito maior em nossos corações, por uma pessoa muito mais importante e que dava sentido a nossa existência: Deus. Viver um namoro sem Ele tornaria a nossa relação sem significado, e nossas vidas vazias. Ficávamos questionando: “não é possível que um namoro seja só isso: ir ao cinema, ter alguém para conversar, fazer companhia. TEM que ter algo a mais”. E, com o tempo, percebemos que esse algo a mais que tanto buscávamos era a presença de Deus. Era engraçado que quando não rezávamos juntos durante a semana ou um dos dois estava em pecado, sentíamos falta de algo. Por mais que estivéssemos juntos, não estávamos unidos, pois faltava a base, onde todo o nosso relacionamento tem sentido, que é Deus. Nesse sentido, ao longo do nosso namoro, percebemos nitidamente que se queríamos viver um amor de verdade, precisávamos buscá-lo no Pai.

Não tínhamos formação nenhuma, só fomos percebendo essa presença entre nós dois, e tentando encontrá-la a todo custo.E Jesus, em sua eterna misericórdia, foi nos formando por meio das missas, das orações semanais que fazíamos juntos, das confissões e das orientações de um padre muito atento à vivência verdadeira dos mandamentos que não nos deixava iludir pela relativização da vivência da nossa sexualidade. Posteriormente descobrimos a Teologia do corpo e a vida dos santos, que foram essenciais para o nosso caminho rumo à santidade no namoro, pois esclareceram aquilo que inconscientemente buscávamos e experimentávamos.

Em março de 2016, a Comunidade Católica Shalom entrou em nossas vidas, quando eu me mudei para Vitória e passei a frequentá-la. O Guilherme, mesmo longe (ele mora em Viçosa/MG), foi vivenciando junto comigo cada formação (sempre foram horas no telefone contando cada detalhe das formações. Quando eu participava/trabalhava em algum dos cursos do Centro de Formação, as horas triplicavam). Da mesma forma, quando ele vinha me visitar, era certeira a presença dele em todos os eventos da missão. Nas palavras do Guilherme, a comunidade foi “o banquete para nós que estávamos famintos”.

O maior presente que Deus deu para nós dois, nesses anos de namoro foi o Caminho da paz. Eu comecei a trilhar quando entrei na comunidade, e logo comecei a ter constância em minha vida de oração, o que já contribuiu muito para a nossa relação, pois isso me fez ser mais madura, paciente, e ter forças para ajudá-lo nas batalhas que ele vivenciava diariamente. Deus me formava e me dava mais armas para ser aquela que foi formada para ser “o socorro de Deus para o homem”.

Só uma presença REAL, pode explicar todas essas experiências, que humanamente seriam impossíveis. Por causa dela é que podemos dizer que HOJE: estamos juntos não por causa da presença do outro, mas principalmente, por causa da presença de Deus que é facilitada pela presença do outro.

Tayane Castro, Vocacionada Shalom

Vitória, 12 de junho de 2018.