Antes de me tornar cristã, eu estava desencontrada e desacreditada porque não sabia quem eu era e qual era o meu lugar no mundo, eu tinha 19 anos e já fazia quatro anos que caíra em um ateísmo. Até que conheci a Comunidade Católica Shalom e a Jesus Cristo em um acampamento de jovens. Durante esse acampamento, Deus se fez conhecido para mim, foi me mostrando por meio daquelas pessoas que o Amor ainda existia, e, assim, foi devolvendo a vida que eu não via mais existir nem dentro nem fora de mim.
A busca pela Verdade
Depois desse acampamento, ainda duvidando de sua existência, eu continuava procurando a Verdade, pois essa era a única resposta pela qual eu procurava, e de alguma forma inexplicável eu sentia que estava chegando perto de encontrá-la. Então comecei a frequentar a Comunidade e a participar de todos os eventos que ela realizava. Nessa época, eu não sabia quem era Deus, muito menos o que significa a vocação. Mas pelo testemunho das pessoas que eu conhecia, e pela verdade que refletia no olhar delas, eu ia me sentindo encontrada e chamada a seguir esse caminho.
Assim, eu ia reconhecendo de forma indireta o rosto de Deus na vida das pessoas que se aproximavam de mim e aos poucos esse Deus foi revelando a sua Face. Primeiro me mostrando que ainda era Vivo e que estava Ressuscitado, tal qual na passagem de Madalena (João 20, 11-17), Ele também já estava ao meu lado, caminhava comigo, mas eu ainda não podia reconhecê-Lo pela minha grande falta de fé. Depois de me mostrar que estava vivo, Deus foi me mostrando a mim mesma e quem eu era diante dos seus olhos.
E esse foi o seu segundo presente para mim, depois de se fazer conhecido, próximo, amigo, aos poucos Deus também foi me mostrando quem eu era, e para o que Ele havia me criado: fui encontrando o meu sentido de vida. Fui compreendendo que eu existia para uma missão, uma única e singular missão que era a de transbordar essa Paz, a Paz do Ressuscitado que passou pela Cruz por mim.
Depois de tê-Lo encontrado, o meu coração não poderia mais parar, porque havia encontrado internamente, aquilo que durante tantos anos havia procurado fora, e precisava anunciar, precisava contar essa notícia a todos, todos os povos, mas principalmente aos jovens. E hoje, na medida em que vou abraçando com todas as flores e espinhos esta belíssima vocação, sinto que o Cristo Ressuscitado ganha mais vida e forma dentro de mim. Na medida em que vou abraçando a sua vontade, o sinto cada vez mais próximo, íntimo e vou desejando logo a eternidade.
Ingresso na Comunidade de Vida
Ano passado, o meu ingresso na Comunidade de Vida caiu, por providência divina, no dia do meu aniversário, dia da passagem de João na qual Maria Madalena, depois de muito procurar Jesus, o reconheceu Ressuscitado. E por meio dela fui entendendo qual era o significado da minha vocação. Vocação que me leva a Deus e que me faz desejar ardentemente o Céu.
Sei que não somos os melhores, e falo isso por mim primeiro, mas sinto fortemente que foi justamente pela minha miséria que o Amor se atraiu a mim. E aqui com Ele, desejo para sempre permanecer. Pois, de fato, não há como voltar atrás depois de conhecer e me deixar ser conhecida por tão grandioso Amor.