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Nossa Senhora e missão para mim sempre foram sinônimos, diz Emmir Nogueira em entrevista

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Logo após o Encontro Mariano promovido pela Comunidade Shalom na Basilica de Santa Maria Maior em Roma, por ocasião da Convenção 35 anos e do Ano Mariano, Emmir Nogueira cofundadora da Comunidade, concedeu uma entrevista onde a Virgem Maria foi o assunto principal. Confira!

 

 

 

Qual a relação da Comunidade Shalom com a Virgem Maria?

            A mesma relação entre um filho e uma mãe. Maria, desde que a Comunidade nem existia ainda, Ela é Mãe. Aos poucos, enquanto o carisma foi se desenvolvendo, nós fomos percebendo que nós A chamávamos por alguns nomes especiais. Interessante, não é? A Rainha da Paz, a Porta do Céu, a Esposa do Espírito.  A Porta do Céu entrou depois, já com a ida do Daniel Ange ao Brasil, mas imediatamente tornou-se uma devoção nossa. Mas Maria para a Comunidade Shalom é Mãe e socorro. Todas as vezes que nós temos necessidades maiores, desafios maiores, nós nos agarramos com o Rosário, dia e noite. Não sei nem quantos Rosários rezamos, especialmente diante do Santíssimo. E essa relação, como uma relação maternal e filial, é também uma relação de socorro. É a Mãe que corre, faz o impossível para socorrer o filho.

E a Comunidade Shalom chega aos seus 35 anos. Como ela pode renovar constantemente a sua maternidade espiritual pela humanidade através do testemunho, do exemplo de Maria?

            Nossa Senhora sendo Esposa do Espírito, sempre que o Espírito age, Ela está próxima. Quando, além de invocarmos o Espírito nós invocamos a Esposa do Espírito, Ela, como Mãe, faz com que o nosso coração esteja mais e mais aberto à vontade de Deus, a todos os povos, sem medo dos desafios, sem medo de ir adiante, sem medo, vamos dizer assim, dos desafios da modernidade. Vejo muito a Esposa do Espírito como aquela que sempre ao lado do Espírito e sempre junto com Ele renova em nós o amor pela humanidade. Vejo muito Nossa Senhora compassiva. Nossa Senhora Esposa do Espírito Ela é também necessariamente compassiva. Sem compaixão não há evangelização. Sem Espírito Santo não há evangelização e nem parresia. Sem Nossa Senhora não há a coragem. É aquela mãe que dá uma tapinha atrás do menino e manda-o ir em frente. É isso o que Nossa Senhora faz ao renovar o nosso coração, a nossa abertura, a nossa compaixão e “Coragem menino! Vai em frente!”.

Como é a sua relação com Nossa Senhora?

            Você tem quantas horas? Rsrsrsrs. Eu estava brincando contigo, porque para eu falar da minha vida com Nossa Senhora, já que eu tenho 66 anos, o negócio ia ficar mais comprido. Nossa Senhora sempre me acompanhou, a minha vida inteira. Eu sempre estudei em colégios católicos e esses colégios graças a Deus desenvolviam a devoção a Nossa Senhora. E veja só que coisa interessante! Uma devoção missionária! Especialmente no primeiro colégio onde estudei a devoção a Nossa Senhora era irrevogavelmente ligada à missão. Então nós éramos, vamos dizer assim, chamados a adotar um continente durante alguns anos e entregar esse continente a Nossa Senhora. Então Nossa Senhora e missão para mim sempre foram sinônimos. Os meus continentes sempre foram África e Ásia, a vida inteira.

Depois, outro momento muito importante com Nossa Senhora, foi um momento em que eu acho que Deus provou a minha fé com relação a Maria. Eu já era adulta, já era casada, e nunca tinha largado a devoção a Nossa Senhora. Não me lembro de ter deixado de rezar o terço nunca, mas nessa época houve uma grande provação. Comecei a ler livros protestantes e comecei a me intelectualizar demais. Sabe quando a pessoa complica? Eu era uma jovem adulta. Hoje para vocês seria jovem, 25-26 anos. E nessa época então eu fui provada na minha fé a Nossa Senhora. Sem que eu esperasse uma pessoa, ou um grupo de pessoas importantes na igreja, me pediu para escrever um livro sobre Nossa Senhora. Eu disse que não podia, que estava impedida, não tinha como, e interessante porque nessa época eu nunca tinha escrito. Eu estava em Brasília e eles insistiram. Eu tive que viajar sem conseguir deles, vamos dizer assim, o desencargo de escrever esse livro. Cheguei ao avião muito aborrecida, muito nervosa, muito irritada. Era o voo noturno e eu então disse a Jesus a frase talvez mais feliz da minha vida. Eu disse: “Bom, você está Ressuscitado no céu e eu tive uma experiência pessoal com você. Nossa Senhora também está no céu, com corpo e alma. Cabe a você me dar uma experiência com Ela”. Nesse momento, eu estava realmente cansada, adormeci, nem quis lanchar nem nada, adormeci completamente, muito irritada. Quando eu acordei, eu me sentia completamente diferente, mas tinha uma voz que me dizia: “Levanta a cortininha da janela do avião, abre a janela”. Quando eu abri a janela, o céu estava todo escuro, era um voo noturno, e tinha uma única estrela no céu, uma única, uma estrela grande. E Deus me colocou no coração, como se fosse Jesus me falando: “Eis aqui a Tua Estrela da Manhã. Eis aqui a estrela da Manhã”. É uma frase simples, está na Ladainha, todo mundo conhece, mas aquilo para mim foi uma transformação. Eu posso dizer que eu tive uma experiência pessoal com Nossa Senhora. Como os teólogos vão resolver? Eu não faço a menor ideia. Eles estudam para isso. Eles que resolvam. Para mim, mudou a minha vida, o meu relacionamento, o meu entendimento de Nossa Senhora, como se Nossa Senhora de repente ficasse uma pessoa íntima, conhecida, sem segredo, e, principalmente, aquelas minhas caraminholas, intelectualismos, intelectualidades, ficaram até engraçados, perderam o valor. A experiência de amor, a experiência pessoal valeu mais do que todo o conhecimento, e eu nunca escrevi o livro que eles pediram!

 


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