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O Futebol na vida dos papas: Francisco e a paixão pelo futebol

Última reportagem da série apresenta a relação do pontífice argentino com o mundo da bola.

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Foto: Reprodução

Que momento propício para falar da relação do Papa Francisco com o futebol, não é mesmo? Não sei se foi as orações ou até mesmo um milagre do papa argentino ou se é apenas obra do gênio Lionel Messi, mas felizmente para os argentinos, em especial o Papa Francisco, e infelizmente para nós brasileiros, a Argentina está na final.

E em clima de final de Copa do Mundo entre argentinos e franceses (quanta dor e sofrimento em escrever essa frase), vamos falar um pouco da relação do papa Francisco com o futebol. E já adianto, essa relação é muito extensa e já até se tornou título do livro “ O papa que ama futebol”, do autor Michael Part.

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Foto: Reprodução / Messi encontra Papa Francisco

Bergoglio e o San Lorenzo de Almagro

Quem acompanha o pontificado de Francisco sabe muito bem sua paixão por futebol, especificamente pelo time argentino San Lorenzo de Almagro. A questão é que a história de ambos se cruzam e se relacionam em diversos momentos da história.

Vamos fazer nossa última viagem no tempo, para a cidade de Buenos Aires. Nascido em família de imigrantes italianos, Bergoglio teve contato com o San Lorenzo ainda na infância, já que morava no bairro vizinho onde fica a sede do clube e seu pai além de ser torcedor fanático do time era jogador de basquete do San Lorenzo. 

De acordo com os registros históricos, Jorgito, como era chamado pela família, cresceu correndo atrás de uma bola. Aos finais de semana o lar dos Bergoglio tinha uma programação inalterável: aos sábados todos iam para a casa da avó ouvir ópera e, aos domingos, o destino era o Viejo Gasómetro ver o San Lorenzo jogar. 

Mas foi no ano de 1946 que o pequeno Jorgito viu de perto um momento histórico de seu clube do coração: San Lorenzo campeão nacional. Lembrança que até hoje é recordada pelo pontífice. 

Entretanto, sua missão era longe dos gramados. Na juventude descobriu sua vocação ao sacerdócio e ingressou na Companhia de Jesus. E foi em dezembro de 1961, já no seminário, que ele recebeu a notícia de que seu pai faleceu vítima de um ataque cardíaco em pleno estádio Gasómetro. 

A expulsão do Padre Bergoglio

Não pense que a relação de Bergoglio se encerra por aí. Existem muitos fatos curiosos, mas que renderiam muitas páginas. Mas uma história curiosa aconteceu em 1998. Naquele ano, Alfio Basile, ex-jogador argentino, assumiu como treinador do San Lorenzo.

Durante o dia-a-dia do clube algo incomodou o treinador: a presença constante de um padre que estava sempre nos treinos, entrava no vestiário, abençoava os jogadores e dava conselhos de jogo. Diante da situação, Basile procurou a direção do clube e solicitou que o sacerdote não voltasse aos treinos e ao vestiário. 

Anos mais tarde, Basile se encontrou com Miele, o antigo presidente do San Lorenzo. Miele então lhe perguntou se lembrava da história do padre que ele havia expulso do vestiário, e perguntou se ele havia visto quem era o novo papa. Então revelou ser o padre que ele havia expulsado do vestiário.

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Do Milagre ao Futebol pela Paz

A eleição de Bergoglio como papa foi um marco para a história. Francisco era o primeiro latino-americano a assumir a missão de conduzir a Igreja Católica. Se seu antecessor pouco falava sobre futebol e nunca soubemos seu time do coração, o mundo descobriu em 2013 que estava diante de um papa apaixonado por futebol, como um bom sul-americano.

Naquele ano, começaram a pulverizar reportagens, notícias, artigos e até livros sobre a relação do sucessor de Pedro e sua ligação com o futebol. O assunto chama tanta atenção que eu, 9 anos depois da eleição de Francisco, estou nesse momento impressionado com o grande número de informações e histórias. 

Fato é que, ao longo de quase 10 anos de pontificado, Francisco já deu diversas declarações sobre a importância do esporte, já recebeu times de futebol, jogadores famosos, mas queria só mais algumas histórias curiosas.

A primeira delas ocorreu no seu primeiro ano de pontificado: San Lorenzo campeão da Libertadores. A taça mais almejada pelos clubes sul-americanos estava nas mãos do clube do coração do papa. Claro que isso gerou nos torcedores do clube argentino um único sentimento: um milagre do papa argentino! Após a conquista, o clube visitou Francisco no Vaticano.

O Papa Francisco também foi responsável por promover a “Partida pela Paz”, evento que tem como principal objetivo anunciar uma mensagem de paz e unidade para o mundo inteiro através do esporte. 

O evento que é inter-religioso já reuniu jogadores de todo o mundo, de diferentes países, entre elas estão Maradona, Ronaldinho, Buffon, Totti, Samuel Etoo, Zanetti, Pirlo, David Trezeguet e Adriy Shevchenko. 

Podemos dizer com toda a certeza que Francisco é o papa do Futebol. Para mim é apenas mais um dos grandes motivos para amá-lo. 

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Matheus Macedo
Vocacionado – Shalom São Paulo
Jornalista


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