Desde pequeno o Senhor me fez entender que meu lugar nunca seria “a frente”. Mas sim como feliz terceiro! Isso foi se tornando claro ao “disputar espaço” nas comemorações de final de ano, já que nasci em 26 de dezembro, um logo após o outro. Foi isso que tive que aprender: que minha família e meus amigos sempre celebrariam o Menino Deus que se torna homem para nos elevar à magnitude de Filhos de Deus antes de mim. Entender que como João não sou digno de amarrar Suas sandálias, mas que também como João seria muito amado.
Assim precisei aprender a lidar com essa disputa de atenção e nunca tive problema em dividir meu dia com Jesus. Afinal seria assim, mas até na hora do parto que veio de forma prematura, o Senhor foi sábio o suficiente e me fez aguardar até o dia seguinte para nascer! Sim, fui considerado um pequeno milagre ao nascer tão pequeno e frágil, mas Deus desejava algo grande para mim. Não para enobrecer a mim mesmo, mas me preparava para ser o feliz Terceiro, e aí vem o nome.
As coincidências são vastas, os aspectos da vida inúmeros, mas no final minha principal missão era anunciar a misericórdia que me fez doce e amável à vontade de Deus. Mas confesso que até ter a maturidade necessária para perceber isso, fui confrontado por mim mesmo a procurar entender porque não tinha a presença de amigos e familiares por perto. Embora, nunca rebati o Senhor com isso. Meus pais foram de extrema importância para mostrar que não era uma competição mas uma amizade entre eu e Jesus, onde celebrávamos juntos a vida, como amigos que iriam fazer e passar por vários momentos juntos, e no final foi exatamente isso.
Recordo-me ainda de um fato bem marcante nos álbuns de fotos, que foi exatamente o meu primeiro aniversário, em que meus pais, como forma de agradecer, fizeram uma festa para uma creche de crianças carentes onde todos os brinquedos deveriam ser comprados para aquelas crianças e não para mim. A alegria daqueles que pouco tinham e muito recebiam naquele momento… Esse processo de esvaziamento fez todo o sentido nos dias de hoje e ilustram como deve ser a diretriz da minhas vida: sempre levar a alegria do Deus menino que quer nascer dentro de nós, que quer ser sal e luz para esse mundo sedento de Amor! De ser o feliz terceiro, que carrega um sinal externo no peito, que deseja anunciar o Cristo com seu viver! De ser um reflexo da Paz! Shalom!
Humberto Terceiro