A timeline do Facebook e do Instagram no Dia dos Pais fica recheada de fotos de pai e filho. Que bonito! A alegria de celebrar a data é imensa para aqueles que têm um pai para chamar de seu. No entanto, há um grupo, infelizmente, cada vez maior que nunca nem viu o rosto do seu pai biológico.
A paternidade, assim como a maternidade, é um dom. E como todo dom precisa ser assumido, encarnado, vivenciado. Sobre isso, podemos partilhar como exemplo uma pessoa que tem uma grande potência vocal, mas tem vergonha de cantar em público. Ela nunca utilizará o máximo do seu talento por mais que se esforce entre as quatro paredes de seu quarto. De fato, um dom é dado para ser partilhado.
É na partilha que se aprende a ser pai. Os bens espirituais, morais e materiais são dados por Deus em vista do exercício dessa missão. De fato, esse movimento de graça, por menor que seja, é capaz de preencher a vida e a história de cada filho com boas e marcantes lembranças. E isso é tudo o que mais eles desejam.
Sim, os filhos anseiam a presença paterna para ensinar a andar de bicicleta, para se sentir seguros, para ver o sorriso em cada conquista na vida, para tantas outras experiências. O desejo mais profundo daqueles que nunca viram o pai é, podemos dizer, ser visto pelo pai. Não em uma perspectiva narcista, egoísta ou individualista. Mas em uma perspectiva de querer ser amado. E ser amado é a maior necessidade de todos os homens da face da terra.
Quem nunca viu o pai pode ter certeza que o Pai do Céu o vê constantemente. E mais que isso: Ele ama, cuida, conduz, protege e faz tudo para ser presente na vida de cada filho seu. É graça. A paternidade de Deus renova a esperança mesmo em meio às dificuldades e aos desafios. O olhar do Pai acompanha cada passo do filho e, pela fé, preenche a vida e a história dele de amor e de paz. Dessa forma, o filho, que nunca viu o pai, pode declarar que conhece e ama seu pai, porque seu pai é o próprio Deus.
E essas palavras não têm como objetivo ser consolo. Não, a meta aqui é tentar expor nessas poucas linhas uma realidade eterna: Deus é Pai e nunca nos abandona. E todo aquele que exerce a paternidade deve ter como referência o próprio Senhor que amou, ama e sempre amará seus filhos. Afinal, Deus é amor, eterno amor.